Portugueses querem Governo PS e Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda é o sócio preferido para os eleitores socialistas que também confiam mais em Marcelo Rebelo de Sousa do que em António Costa.

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António Costa e Catarina Martins no último debate sobre o estado da NAção Nuno Ferreira Santos

A dois meses e meio das eleições legislativas de 6 de Outubro, quando a discussão se centra numa possível maioria absoluta do PS, os eleitores, à esquerda e direita, preferem uma coligação dos socialistas à repetição do acordo parlamentar que viabilizou o Governo nos últimos quatro anos, ou um executivo minoritário com apoios pontuais. Estas são as conclusões de uma sondagem da Pitagórica divulgada esta quarta-feira.

Esta solução deriva de 75% dos inquiridos, e 87% entre os eleitores socialistas, considerarem que o PS de António Costa ganha sem maioria absoluta. Neste cenário, 76% dos eleitores do Bloco de Esquerda querem um Governo de coligação, opção também defendida por 53% do eleitorado da CDU e 52% dos eleitores socialistas.

A coligação é, também, a aposta à direita, com 37% das preferências, face a 21% dos eleitores que defendem um Governo socialista a solo e 20% a vigência de um acordo parlamentar idêntico ao dos últimos quatro anos.

A sondagem para o JN e a TSF revela quem é o parceiro preferido. O BE de Catarina Martins está no topo das preferências para 43% dos inquiridos, seguida da CDU (26%). Já a reedição do Bloco Central, coligação dos socialistas à direita com o PSD, apenas seduz 17%, enquanto idêntica solução, com o CDS, é admitida para 8%. Igual adesão suscitaria uma coligação com o PAN, que depois das eleições europeias de 26 de Maio tem aparecido como hipótese.

É entre os eleitores socialistas que a coligação com os bloquistas tem mais expressão, 62%. Menos de metade dos votantes do PS (38%) admitem uma coligação com a CDU, 12% consideram tal opção com o PSD e o PAN é hipótese de sócio para 9%.

A atracção PS-Bloco é admitida não só pelo eleitorado bloquista (65%), mas como encarada por 69% dos eleitores da CDU. E apenas 23% dos eleitores do BE admitem que seja a CDU a opção de coligação dos socialistas.

Na análise do desempenho do Presidente da República e do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa bate recordes positivos: 92% avaliam positivamente a sua acção, sendo que nesta média é superior a adesão da esquerda, 95%, de que os adeptos da sua família política, o PSD, com 86%.

Marcelo suscita confiança para 60% dos eleitores, com uma curiosa particularidade: mesmo entre 38% do eleitorado socialista, superando a confiança que 16% dos votantes do PS conferem a António Costa. O primeiro-ministro atinge uma média de 28% de confiança.

Embora rendidos ao Presidente, 65% dos eleitores consideram que deve ser mais exigente com o Governo, sendo mais expressiva a pressão do eleitorado da direita, 78%, que defende maior pressão sobre o executivo.

Metade dos inquiridos, 51%, aprovam o desempenho do Governo contra 38%, com a nota positiva a ser mais alta entre os eleitores de mais idade, 41%, com os mais novos, 33%, a manifestarem mais críticas.

Em contrapartida à nota positiva à acção do executivo, a oposição continua a merecer fortes críticas. Na sondagem da Pitagórica, 56% dos eleitores portugueses dão-lhe nota negativa e, apenas 8% a apoiam.

Esta avaliação é particularmente relevante entre o eleitorado mais à direita, do PSD e do CDS, e é no grande Porto que surge a mais elevada percentagem de críticas, 63%, embora Rui Rio, o líder da oposição para 38% dos inquiridos, seja natural e tenha desenvolvida a sua carreira política naquela cidade. Neste ranking, só 17% consideram Assunção Cristas como líder da oposição.

A sondagem foi feita pela Pitagórica para JN e TSF. Entre 8 e 14 de Julho foram realizadas 800 entrevistas telefónicas aleatórias, correspondentes a uma amostra estratificada com uma margem de erro máxima de 3,54% para um nível de confiança de 95,5%.

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