Sindicatos bancários avançam para greve caso bancos “se mantenham intransigentes”

“A data do protesto ainda não está definida”, referem as três estruturas representantes dos trabalhadores, que esperam que reunião negocial de amanhã traga novidades

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daniel rocha

Os sindicatos Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), de Bancários do Norte (SBN) e Independente da Banca (SIB) aprovaram hoje uma paralisação e o recurso ao fundo de greve, que só avançará caso os bancos “se mantenham intransigentes”.

Em comunicado conjunto enviado à imprensa, as estruturas sindicais indicam que “aprovaram, junto das respectivas direcções, a realização de uma greve de trabalhadores bancários perante a recusa das instituições bancárias de aceitar as propostas de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho [ACT]” que avançará “caso as instituições de crédito se mantenham intransigentes no processo negocial de revisão para 2019 do ACT do sector bancário”.

A aprovação da greve por parte dos três sindicatos implica ainda “o recurso ao fundo de greve, que será utilizado pela primeira vez desde 1989”, caso a paralisação avance.

Na referência ao ACT de 2019, os três sindicatos dizem que os bancos estão intransigentes “nomeadamente, no que se refere à actualização das retribuições e das pensões, com efeitos retroactivos, pelo menos, a Janeiro de 2018”. Os sindicatos defendem que apresentaram propostas “razoáveis e justas de actualização dos salários, pensões e demais cláusulas pecuniárias, às quais os bancos se opõem”.

O SNQTB, SBN e SIB afirmam ainda que as instituições de crédito se recusam “a dar início à reposição de direitos e garantias retirados aos bancários durante o período do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal [intervenção da troika]”.

“A data do protesto ainda não está definida”, referem as três estruturas representantes dos trabalhadores, acrescentando que se mantêm “disponíveis para negociar e esperam ainda obter avanços decisivos na reunião negocial de amanhã [quinta-feira], dia 25 de Julho”.

Os sindicatos assinalam também que o fundo de greve “tem como objectivo compensar os associados que aderirem a esta medida”.

No dia 18 de Julho, os mesmos sindicatos já tinham avançado que iam promover uma manifestação em Lisboa, junto das sedes dos principais bancos, afirmando que estão a ser “empurrados para a greve”, segundo um comunicado.

De acordo com as estruturas, “entre 2010 (data da produção de efeitos das tabelas de salários e pensões em vigor) e 2018, os bancários (com excepção do BCP) apenas tiveram aumentos de 0,75%, em 2016, 2017 e 2018, ou seja, 2,25% no total, pelo que perderam 10,79%” de poder de compra face à inflação. No caso do BCP, a recuperação foi zero, dado que “nem sequer esses aumentos tiveram”, segundo o comunicado.

“Porém, as instituições de crédito, no ACT geral, decorrido todo este tempo de negociações, só admitem aumentos de 0,75% para 2019. E o BCP, até ao presente, 0% para 2018”, de acordo com a nota.

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