Ministro das Infra-estruturas: “Está na altura de avaliar” resultados da fusão entre ferrovia e rodovia

Pedro Nuno Santos recusou a existência de qualquer divergência entre a sua posição e a do primeiro-ministro

Foto
LUSA/ESTELA SILVA

O ministro das Infra-estruturas defendeu esta quarta-feira que “está na altura de avaliar” os resultados da fusão entre a Refer e a Estradas de Portugal e o seu “impacto na ferrovia”, que o Governo quer revitalizar.

Em declarações aos jornalistas em Matosinhos, numa oficina onde vão ser reparadas composições da CP, Pedro Nuno Santos recusou existir “uma posição definitiva” ou uma “decisão tomada” para reverter a fusão e separar a ferrovia da rodovia, explicando estar em causa “uma ideia para se trabalhar”, com “calma e sem qualquer divergência interna”, reagindo assim à notícia hoje avançada pelo PÚBLICO

O governante recusou, contudo, a existência de qualquer divergência entre a sua posição e a do primeiro-ministro, como sugere a Comissão de Trabalhadores da Infra-estruturas de Portugal (IP), entidade que, em 2015, passou a agregar a Refer e a Estradas de Portugal. 

“Precisamos de revitalizar a ferrovia de Portugal e isso passará por muita coisa. Passará, também, por avaliar os resultados dessa fusão e o seu impacto, positivo ou não, na ferrovia nacional. Com calma e sem qualquer divergência interna”, disse o governante.

O ministro frisou que “não há uma decisão tomada” quanto à reversão da fusão. “Há apenas a constatação da necessidade de reflectir e avaliar a fusão de há quatro anos, sem complexos”, notou.

Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas após uma visita às oficinas da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, em Guifões, Matosinhos, distrito do Porto. O espaço, onde em tempos se repararam composições da CP e onde actualmente apenas se faz a manutenção de composições da Metro do Porto, vai agora voltar a recuperar comboios.

Destacando a “grande aposta” do actual Governo na ferrovia, o ministro sublinhou a necessidade de “recuperar a capacidade oficinal para a EMEF, não só em termos de pessoal, mas também em capacidade de oficina”. “Temos este pavilhão vazio e o que vamos fazer é reequipá-lo e trazer para cá as dezenas de comboios que temos encostados pelo país, para recuperar e reintroduzir na rede ferroviária. É o que precisamos: de mais comboios e de um país a apostar na ferrovia”, afirmou.

O ministro referiu que a encomenda de 22 novos comboios “só vai chegar em 2023”, pelo que era necessário “agir rapidamente” para suprir as necessidades da ferrovia nacional. “Esta foi a forma mais inteligente que encontrámos, uma vez que se tinha cometido o erro, muito pouco inteligente, de se ir encostando o material circulante ao longo de vários anos, num país que não é propriamente muito rico”, vincou.

Pedro Nuno Santos destacou estarem em causa “dezenas de unidades encostadas, entre locomotivas, automotoras, carruagens”. Estas composições vão permitir “alargar a oferta” da CP, “ao longo dos 18 meses” previstos para a recuperação e à medida que as composições antigas forem recuperadas, acrescentou o ministro. “Infelizmente, foi-se encostando muito material circulante”, disse.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários