Um momento de publicação independente: Rebenta a Bolha

Fanzines, edições de autor, livros de artista — nesta rubrica queremos falar de publicação independente. Ana de Sá apresenta a sua Rebenta a Bolha. O próximo podes ser tu.

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Apresenta-nos a tua publicação.
É uma edição de autor, uma banda desenhada e chama-se Rebenta a Bolha por Ana de Sá. Esta história, para crianças, é a primeira BD que fiz. Nasceu de um curso de Banda Desenhada na ARCO com a Amanda Baeza, em que juntei um conto que já tinha escrito outrora com uma BD amadora. Tem uma mensagem muito querida e, se tudo correr bem, espero que inspire estas crianças por Portugal adentro a serem quem são.

Quem são os autores?
Ana de Sá, autora e ilustradora.

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Do que quiseste falar?
Esta história surgiu numa altura em que todos os meus amigos começaram a ter filhos. Imaginei que mensagem gostaria de passar aos filhos dos meus amigos, aos meus filhos e crianças em geral. Tentei passar alguns temas pertinentes como a criatividade, diferença, muitas vezes ligados ao sentimento de exclusão e bullying. Primeiro pelo facto de todas as crianças quererem pertencer a um grupo e, por isso, imitarem os outros, esmagando muitas vezes a sua identidade para conseguir “pertencer” e ter amigos.

Sempre me entristeceu muito aquelas crianças mais introvertidas que são postas de lado, apenas porque são diferentes. Assim, quero mostrar que o melhor quando somos crianças é a espontaneidade e a originalidade, pois ainda não temos filtros ou condicionantes. É a criatividade na sua essência e é essa imaginação que deve subsistir e não ser apagada. Durante a infância ensinam-nos como fazer tudo dentro dos mesmos padrões e depois vamos a entrevistas de emprego, já adultos, onde o que valorizam é se somos criativos e como nos diferenciamos dos restantes, depois de passarem uma vida a mostrar-nos como ser iguais.

Rebenta a Bolha conta-nos a história do Tomás, um menino que quando fala do que lhe vai na cabeça saem bolhas de sabão da sua boca. São tão grandes que o envolvem e ele vive na sua própria bolha, no seu mundo. Claro que isto nos leva a outro tema… és diferente, não pertences, logo és criticado pelos outros. Assim, o livro tem também os “outros”, que fazem bullying, um tema que infelizmente paira ainda sobre as nossas crianças e tem, por vezes, consequências drásticas. O Bolha (Tomás) vem mostrar como não faz mal ser diferente e como é tão bom partilhar a nossa bolha (criatividade) com o mundo!

Questões técnicas: quais os materiais usados, quantas páginas tem, qual a tiragem e que cores foram utilizadas?
Foi tudo desenhado a caneta preta em papel cavalinho, digitalizado e “pintado” depois em Photoshop. 
Tem 48 páginas e imprimi, em edição de autor, 200 exemplares de capa dura, nesta primeira edição da primeira banda desenhada da minha vida.

Onde está à venda e qual o preço?
Está à venda online no meu site por 14 euros (com portes de envio incluídos), na livraria Ler Devagar do Lx Factory e na Promobooks. Paga os custos. Não quero ganhar dinheiro, quero passar a mensagem e que se divirtam. Já tenho muitos filhos de amigos que pedem aos pais para lerem o Bolha quando vão dormir. Missão cumprida.

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Porquê fazer e lançar fanzines hoje em dia?
É uma forma de criação, mais fácil, rápida, espontânea. Aberta a todos. Com oportunidade para todos!
É como ter uma ideia e facilmente colocá-la em papel e partilhá-la com o mundo. É óptimo.

Recomenda-nos uma edição de autor recente lançada em Portugal.
Tenho de recomendar todas da Amanda Baeza, minha mentora neste projecto do Rebenta a Bolha, com quem fiz o curso de banda desenhada, uma pessoa extraordinária com quem aprendi a não ter medo de fazer o que me dá na real gana.

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