Cartas ao director

Incendiários e justiça

Ano após ano, continuam os incendiários a provocar danos elevadíssimos mas, apesar disto, continuam a ser mandados para casa pelos juízes que os ouvem e as penas de prisão praticamente não existem. Para resolver esta situação e tentar acabar com os incendiários é urgente que a moldura penal de tal crime seja seriamente agravada, talvez para dez ou mais anos de prisão. Está infelizmente provado que há pessoas capazes de tudo e, para estas, a justiça tem que ser implacável.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Sobre as Forças Armadas

Depois de o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Portuguesas, almirante António Silva Ribeiro, se ter pronunciado sobre a situação crítica das mesmas pela falta de meios, sobretudo ao nível de efectivos, demonstrando grande coragem e lucidez, foi admoestado pelo ministro da tutela, seguramente muito menos informado da situação, chegando ao ponto de dizer que “se não está bem que saia”, um convite dissimulado para se demitir, configurando um caso inédito de grosseria e falta de tacto para com tão alto cargo na hierarquia militar. António Costa não acerta com a qualidade dos ministros da Defesa, convidando personagens pouco ou nada esclarecidos da realidade militar, um cargo exigente, complexo e a exigir uma permanente sensibilidade para com os militares.

Quanto ao chefe supremo das Forças Armadas, instado a pronunciar-se sobre este lamentável episódio, que até pode causar instabilidade e alguma perturbação no meio, Marcelo Rebelo de Sousa refugiou-se no habitual “não comento!” Para quem aparece diariamente nos meios de comunicação a comentar tudo, frequentemente na irrelevância de muitas intervenções, sôfrego de popularidade e das selfies numa banalidade insensata e pueril, esperava-se mais do Presidente. Muito mais...

José Alberto Mesquita, Lisboa

Euforia no PS

Após ser governo numas eleições que não ganhou, o PS de António Costa e seus ministros mostram-se eufóricos com a sua prestação nesta legislatura. Mas todos esses sorrisos contêm uma dose elevada de contradições. São relevantes a reposição do horário de trabalho de 35 horas na Função Pública, o aumento do salário mínimo, diminuição do desemprego e défice zero, diplomas sobre a legislação laboral e Lei de Bases da Saúde, mas não fazem esquecer os incêndios, as greves e contestações no seio dos profissionais do ensino, da justiça, das forças de segurança, dos camionistas, as condições nos internamentos nos hospitais e centros de saúde, os tempos de espera de consultas e das cirurgias. Costa sorri perante estas contradições, Centeno acompanha-o nesta euforia, mas a última sessão na AR tinha milhares de descontentes na escadaria. No final, parece um déjà vu de meio século atrás, com um governo optimista, um ministro das Finanças que tinha os cofres do país cheios e um povo empobrecido.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

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