Teerão anuncia ter condenado à morte espiões da CIA, EUA dizem que é fake news

Irão anunciou ter desmantelado rede de 17 espiões composta por cidadãos iranianos e que alguns serão executados. Trump já desmentiu as detenções.

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A tensão voltou a subir na região com a apreensão de um petroleiro britânico pelos Guardas da Revolução Reuters/HANDOUT

O Irão anunciou esta segunda-feira a detenção de 17 espiões da CIA e a condenação à morte de alguns deles, segundo a imprensa iraniana. Os espiões são cidadãos iranianos e faziam parte de uma rede de espionagem desmantelada em meados de Junho. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já negou as detenções. 

“Os espiões identificados trabalhavam em centros sensíveis e vitais do sector privado ligados à economia, às investigações nucleares, às infra-estruturas, ao campo militar e à cibernética, onde recolhiam informações confidenciais”, afirmou em comunicado o Governo iraniano, citado pela Reuters.

Como provas, a imprensa iraniana, sob estrito controlo das autoridades, divulgou imagens em que os detidos conversavam com agentes da secreta norte-americana.

Em declarações à agência Fars, um responsável das secretas iranianas explicou sob anonimato que alguns dos espiões foram condenados à morte enquanto outros aceitaram mudar de lado, fornecendo informações sobre os serviços secretos dos Estados Unidos. Ainda assim, cumprirão longas penas de prisão.

Os espiões, continuou, foram treinados por agentes norte-americanos. Nenhum dos detidos desempenhava cargos de responsabilidade na rede. Ao invés, dedicavam-se a recolher informações sobre “lugares sensíveis” para as transmitirem aos agentes da CIA.

“As notícias do Irão ter capturado espiões da CIA são totalmente falsas. Apenas mais mentiras e propaganda - como a de terem abatido um drone - de um regime religioso que está a falhar estrondosamente e que não sabe o que fazer”, escreveu no Twitter Trump. “A sua economia está morta, e vai ficar muito pior. O Irão é um caos total”. 

A tensão entre os Estados Unidos e o Irão está no nível mais elevado desde que Washington rasgou em 2017 o acordo nuclear, assinado em 2015. Na sequência do endurecimento das sanções norte-americanas, Teerão anunciou que iria começar a abandonar algumas cláusulas do acordo que o impediam de produzir urânio enriquecido.

No mês passado, os Guardas da Revolução abateram um drone norte-americano por, dizem, ter entrado no espaço aéreo de Teerão. Em retaliação, Washington preparava-se para lançar um ataque aéreo até o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuar à última hora, segundo o New York Times.

Mais recentemente, a apreensão de um petroleiro iraniano pelo Governo britânico, a pedido dos EUA, e a retaliação iraniana, ao deter um petroleiro britânico no Estreito de Ormuz, elevaram ainda mais a tensão na região.

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