GNR aumentou número psicólogos e faz reavaliação ao efectivo

A força de segurança tem um Centro de Psicologia e Intervenção Social da Guarda (CPISG) preparado para dar “uma resposta imediata a casos urgentes e consultas de psicologia”, num total de 18 psicológicos.

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Rui Gaudêncio/arquivo

A GNR aumentou o número de psicólogos e de psiquiatras ao serviço dos militares da corporação e está a realizar uma reavaliação psicológica do efectivo como medida de prevenção do suicídio.

Numa resposta enviada à agência Lusa, a Guarda Nacional Republicana (GNR) refere que disponibiliza a todos os seus efectivos “um conjunto de instrumentos de prevenção e de respostas a situações do foro da psicologia, em geral, e de acompanhamento e prevenção do suicídio”.

Para tal, a GNR tem um Centro de Psicologia e Intervenção Social da Guarda (CPISG) preparado para dar “uma resposta imediata a casos urgentes e consultas de psicologia”, num total de 18 psicológicos. Aquela força de segurança salienta que tem reforçado “o número de psicólogos e de psiquiatras” e tem concretizado as medidas previstas no Plano de Prevenção do Suicídio das Forças de Segurança, como a reavaliação psicológica do efectivo que está a ser realizado pelo CPISG.

O Centro de Psicologia e Intervenção Social da Guarda tem vindo também a investir na realização de palestras sobre “a prevenção do suicídio na GNR”, na formação de pares especialmente treinados para identificar sinais e sintomas de perturbação em camaradas com os quais convivem de perto, tendo em conta que muitas vezes são mais facilmente aceites que um técnico de saúde mental.

A GNR avançou que este centro está também a realizar as autópsias psicológicas, que passam por um estudo retrospectivo dos casos de suicídio, e a elaborar um estudo dos comportamentos suicidários em militares da GNR.

Segundo a corporação, foram já concretizados 20 cursos de primeiros socorros psicológicos, tendo sido formados 265 militares e civis da GNR.

“A Guarda tem vindo a implementar estratégias a fim de melhorar os níveis de conhecimento e literacia em saúde mental, com vista a diminuir preconceitos e atitudes negativas do seu efectivo e, consequentemente, sensibilizar e promover a redução do estigma associado às doenças mentais”, precisa aquela força de segurança à Lusa.

A GNR destaca que a adopção destas medidas tem contribuído para “o aumento do número de pedidos de apoio psicológico que se tem registado” e para “o maior número de consultas”, o que tem facilitado “a referenciação de situações críticas”.

A agência Lusa questionou a Guarda Nacional Republicana sobre o número de militares atendidos pelo CPISG e sobre quantas chamadas recebe a linha telefónica gratuita de apoio psicossocial da GNR, mas não obteve qualquer resposta. Por sua vez, a GNR indicou que as consultas se destinam a oficiais, sargentos e guardas e prestam “o apoio necessário” ao acompanhamento psicológico, sendo ainda garantido ajuda aos familiares em caso de necessidade.

Segundo a GNR, este apoio é feito através da equipa de psicólogos militares, presencialmente ou a partir da linha de apoio psicossocial, que é gratuita e se encontra a funcionar “ininterruptamente 24 horas por dia sete dias por semana”. Esta força de segurança disponibiliza ainda um serviço de telepsicologia.

A GNR aponta como razões mais frequentes que motivam o pedido de consulta situações relacionadas com problemas pessoais, conjugais e de saúde física, bem como problemas de ansiedade, depressão e luto.

“A implementação de psicologia do trabalho e da consulta de psicologia inserida na medicina do viajante, nomeadamente para as missões internacionais ou de militares destacados, assim como a criação do serviço de telepsicologia são importantes contributos que ajudaram a melhorar a malha de apoio e despiste de potenciais situações”, frisa.

A GNR destaca ainda o facto de não se ter registado qualquer ocorrência de suicídio entre militares em 2018. Porém, este ano já se suicidou um militar da GNR.

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