O legado da missão Apollo 11 e o domínio espacial

Há 50 anos, quando pisámos a Lua, houve um “portal” que se abriu para universos ainda por explorar — e que nunca mais pode ser fechado.

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Edwin Aldrin fotografado por Neil Armstrong cujo reflexo se vê na viseira do capacete NASA

Temos de nos preparar para uma transformação da exploração espacial e para viver momentos semelhantes aos que se viveram há 50 anos, quando aconteceu a primeira alunagem. Este fascínio pelo espaço vem desde o lançamento do primeiro satélite na história, Sputnik 1, em 1957. E a corrida espacial nunca mais parou até que, a 20 Julho de 1969, três astronautas — Edwin Aldrin, Michael Collins e Neil Armstrong — fizeram história no âmbito da missão Apollo 11.

Uma história que não pertence só aos Estados Unidos, mas sim a toda a humanidade. Uma fantástica aventura que começou na Terra, seguiu para o espaço, deixou a primeira pegada na Lua e terminou novamente na Terra. A partir daí tudo mudou… Seguiram-se outras missões, lançamento de satélites, sondas e desenvolveram-se várias tecnologias e sistemas robóticos para continuarmos a estudar o Universo. Foi em 1972 que um ser humano pisou pela última vez a Lua, mas neste intervalo de tempo impõe-se a pergunta: será que estamos mesmo preparados para a nova corrida espacial que aí vem?

Se estávamos há 50 anos, agora também estaremos. Até porque este desejo de exploração e pelo domínio do espaço é algo único e intrínseco no ser humano. Muito poderíamos dizer sobre esta nova corrida espacial e sobre o futuro, não só em termos políticos como também económicos, mas hoje é dia de celebração: foi possível “galgar” novas fronteiras, permitindo um presente diferente. O facto de termos conseguido ultrapassar uma linha que parecia intransponível para explorar ambientes extremos foi um acontecimento que deu abertura ao futuro que é agora o nosso presente.

Actualmente, com os avanços tecnológicos em termos de engenharia, robótica, inteligência artificial, desenvolvimento de sistemas de suporte de vida e fatos espaciais, a tendência será para que os resultados tenham cada vez mais qualidade e sejam mais precisos. O processo para o sucesso de uma missão espacial é usar como “sala de aula” a Terra, em áreas análogas à Lua, como por exemplo Flagstaff (Arizona, EUA), local ainda usado para os treinos dos astronautas da NASA. Os treinos, a preparação da viagem, a cartografia da Lua e a sua constante actualização agora com técnicas inovadoras de detecção remota e com recurso a sondas. E, finalmente, o culminar da missão que é “estar” na Lua.

Não esquecer que na Apollo 11 estiveram envolvidas milhares de pessoas que contribuíram para o sucesso da missão, bem como várias mulheres que trabalharam intensamente nos “bastidores”. Não temos dúvidas que este dia marcou toda a humanidade e algumas gerações tiveram até a oportunidade de viver e sentir este sentimento de verdadeira conquista.

Mas aproxima-se realmente uma nova era de domínio espacial, que inclui bilionários como os empresários da SpaceX ou a Virgin Galactic, que se encontram numa corrida que em nada está relacionada com a exploração científica, mas com a exploração económica, em busca de lucro. Há 50 anos, quando pisámos a Lua, houve um “portal” que se abriu para universos ainda por explorar — e que nunca mais pode ser fechado.

Estas novas gerações terão a oportunidade de assistir a avanços fantásticos na área da engenharia e tecnologia. Agora, com a recente criação da Agência Espacial Portuguesa e a construção do porto espacial nos Açores, não temos dúvidas que uma nova era está a começar, até para Portugal, como uma nação emergente na área espacial. Está na consciência de todos, as palavras de Neil Armstrong: “Este foi um pequeno passo para o homem e um salto gigantesco para a humanidade”. Apollo 11 aconteceu… muitos passos futuros ainda estão por dar. O que se segue?

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