Em homenagem aos autores do atentado contra Hitler, Merkel apela à luta contra a extrema-direita

“Há momentos em que a desobediência é obrigatória”, disse a chanceler sublinhando que hoje é preciso fazer oposição aos que “procuram destruir a democracia”.

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Merkel assinalou os 75 anos da conspiração para matar Hitler FELIPE TRUEBA/EPA

A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou à luta contra a progressão da extrema-direita na cerimónia que neste sábado assinalou o 75.º aniversário da Operação Valquíria, a conspiração dentro do aparelho nazi para assassinar Adolf Hitler. “O dia 20 de Julho de 1944 deve lembrar-nos aqueles que agiram, mas também todos os que se ergueram contra o domínio nazi”, disse. “E de igual forma somos hoje obrigados a opor-nos às tendências que procuram destruir a nossa democracia. O que inclui a extrema-direita”.

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha tornou-se, em Maio, o maior partido da oposição. E nos últimos três anos os ataques com motivações racistas e anti-imigração aumentaram, incluindo o assassínio de um político, Walter Lübcke, em Kassel, crime que a polícia suspeita ter sido cometido por neo-nazis.

Segundo os números do Governo alemão, há 240 mil pessoas de extrema-direita no país e estima-se que 13 mil deles sejam violentos.

Merkel disse que “há momentos em que a desobediência é obrigatória”, ao lembrar a importância de preservar na memória os protagonistas da Operação Valquíria para que “as lições da História não desapareçam”.

A chanceler agradeceu ao oficial alemão nazi Claus von Stauffenberg que, com outros conspiradores, tentou matar Hitler em 1944, com um explosivo escondido numa mala que levou para dentro de uma reunião no quartel-general do führer, perto de Rastenburg, agora no território da Polónia.

O coronel de 36 anos Claus von Stauffenberg e cerca de 200 co-conspiradores foram detidos e executados.

“Foram soldados modelos que se levantaram contra a tirania”, disse na cerimónia a ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, que assumiu a pasta esta semana após a eleição de Ursula Von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia.

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