Crescimento das crianças entre os um e os três anos é fundamental para a qualidade óssea

A “alteração da gravidade” e a alimentação poderão ser algumas das razões para a importância deste período na qualidade óssea, uma vez que as crianças começam a aprender a caminhar.

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Daniel Rocha

Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), recentemente publicado na revista Bone, concluiu que o período de crescimento entre o primeiro e terceiro ano de vida é “fundamental para a qualidade óssea”.

Em declarações à Lusa, Teresa Monjardino, primeira autora do estudo, explicou esta quinta-feira que a investigação teve como objectivo “perceber se durante o período inicial de vida havia algum momento do crescimento que fosse mais sensível para a qualidade óssea” das crianças.

O estudo recorreu por isso a dados de cerca de 1900 crianças da coorte Geração XXI (um estudo longitudinal que segue 8600 crianças da Área Metropolitana do Porto) e avaliou o seu crescimento entre o 1.º e 6.º ano de vida e a qualidade dos seus ossos aos 7 anos de idade.

Além de dados presentes no Boletim de Saúde Infantil sobre o peso, comprimento e altura destas crianças, os investigadores realizaram ainda um exame de absorciometria de raio-X de dupla energia (DXA) quando estas tinham 7 anos para “apreciar a qualidade dos seus ossos”.

“Traçamos uma trajectória de crescimento, identificamos as idades mais importantes e concluímos que eram os 12 meses e 3 anos”, disse Teresa Monjardino, adiantando que “geralmente, as crianças que crescem mais, em peso e altura, em qualquer uma destas fases, têm melhores propriedades ósseas”.

Segundo a investigadora, a “alteração da gravidade” poderá ser, além da alimentação (factor que não foi considerado neste estudo), uma das razões que justifica a importância deste período para a qualidade óssea, na medida em que as crianças começam a aprender a caminhar e a estar em pé.

“Quando há esta alteração da gravidade, as crianças crescem também mais em peso e tamanho, o que faz com que tenham melhores propriedades ósseas”, afirmou.

À Lusa, Teresa Monjardino adiantou que com os resultados obtidos com esta investigação, publicada a 3 de Julho na revista “Bone”, é fundamental que os pais estejam “atentos”, assim como os médicos que acompanham as crianças.

“É importante fazer-se a monitorização do crescimento e perceber se pode haver qualquer alteração ao crescimento que possa ter, entre outras consequências, implicações no osso”, concluiu.

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