PSA Sines prolonga concessão do Terminal XXI por mais 20 anos

Metade dos movimentos de contentores realizados em Portugal passam pelo terminal de Sines. Concessionário promete investir mais 547 milhões de euros nos próximos 20 anos

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Reuters/EDGAR SU

A concessão do terminal XXI, em Sines, assinada em 1999, vai passar dos 30 anos inicialmente previstos para 50 anos, de acordo com a assinatura do acordo realizado pela comissão de negociação nomeada pela Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

A terceira fase de expansão do Terminal XXI implica um investimento global de 547 milhões de euros, a concretizar pela PSA Sines ao longo do prazo do contrato de concessão, que foi estendido até 2049. De acordo com as informações fornecidas pelo Ministério do Mar, o investimento compreende não só a expansão do cais de acostagem e respectivos equipamentos de movimentação, mas também a manutenção, substituição e renovação de equipamentos já instalados nas fases anteriores.

“Com estes investimentos, o Terminal XXI passará a oferecer uma frente de cais de 1.950 metros, repartidos numa frente de 1.750 metros e noutra de 200 metros, no sentido de possibilitar a atracação simultânea de quatro navios porta-contentores de última geração. Também a área de armazenagem passará dos actuais 42 hectares para 60 hectares, permitindo aumentar a capacidade instalada dos actuais 2,3 milhões de TEU para 4,1 milhões. Neste âmbito, serão ainda instaladas mais nove gruas “super post-panamax”, 30 pórticos de parque e equipamentos transportadores”, refere o comunicado do Ministério do Mar.

Depois de na passada sexta feira Ana Paula Vitorino ter presidido à assinatura do memorando de Entendimento com a Yilport Iberia, dos turcos da Yildrim, sobre a concessão da Liscont, no porto de Lisboa, anuncia-se agora uma nova assinatura que trará mais investimento ao sector portuário. O Terminal XXI é actualmente o maior empregador da região, com mais de mil postos de trabalho, sendo que este acordo “virá reforçar a criação emprego, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico da região e do país”.

As perturbações laborais que se registaram em Sines este ano fizeram o porto perder 774 mil toneladas nos primeiros cinco meses, assim como a maioria absoluta que detém há já largos anos na carga movimentada em contentores. Em Maio deste ano, o movimento acumulado de carga no sistema portuário foi de cerca de 37,6 milhões de toneladas, menos 833,7 mil toneladas do que o movimento registado no período homólogo de 2018. O porto de Sines, que detinha maioria absoluta em termos de quota de mercado, passou a ter 49,6%. O porto de Leixões tem uma quota de 21,9%, o de Lisboa tem uma quota de 12,4%, o de Setúbal de 7,6% e o de Aveiro uma quota de 5,9%.

Recorde-se que a concessão do Terminal XXI foi entregue por ajuste directo à PSA - então a autoridade portuária de Singapura - em 1999, inicialmente por 30 anos. O projecto já sofreu duas ampliações, e esta terceira estava pedida há muito, mesmo depois de se saber da intenção do Governo, vertida na Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária, em construir um outro terminal mesmo ao lado: o anunciado Terminal Vasco da Gama, cujo concurso público também ainda não foi lançado. 

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