Air France foi “negligente e imprudente” no acidente que matou 228 pessoas, diz Ministério Público francês

O acidente aconteceu a 1 de Junho de 2009 e matou as 228 pessoas que seguiam a bordo. Agora, dez anos depois, o Ministério Público de Paris quer levar a companhia aérea a julgamento.

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Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

O Ministério Público francês quer levar a Air France a julgamento depois de uma investigação sobre o acidente aéreo de 2009, acusando a companhia aérea de ter sido “negligente e imprudente” por não ter fornecido aos seus pilotos informações suficientes sobre o procedimento a ser adoptado em caso de anomalias nas sondas que medem e controlam a velocidade das aeronaves, noticia a AFP. À data do acidente, tinha havido outros registos de incidentes similares nos meses que antecederam o desastre.

O acidente do voo AF447 aconteceu a 1 de Junho de 2009, durante a travessia transatlântica entre o Rio de Janeiro e Paris, vitimando todas as 228 pessoas que seguiam a bordo, de 34 nacionalidades – foi o acidente mais mortífero da história da Air France.

O Ministério Público francês concluiu ainda que não existem acusações suficientemente fortes contra a fabricante da aeronave (a Airbus) para um julgamento. A batalha judicial dura há já dez anos e as duas empresas – Air France e Airbus – tinham sido indiciadas em 2011 por “homicídios culposos”, refere a AFP.

Em 2012, uma investigação apontava para a existência de erros da tripulação, problemas técnicos e falta de informações dos pilotos no caso de congelamento da sonda – que desorientou os pilotos do voo AF447 em 2009. Depois, numa segunda investigação, falou-se numa “reacção inadequada da tripulação” da Air France, mas o relatório gerou contestação pública por ilibar a Airbus de quaisquer responsabilidades.

O avião começou a dar problemas cerca de quatro horas depois de ter descolado do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. As duas caixas-negras do avião foram resgatadas quase dois anos depois; estavam submersas a 3900 metros de profundidade, nas águas do Atlântico.

De acordo com especialistas do BEA – a agência francesa que investiga acidentes aéreos –, os pilotos foram confrontados, durante cerca de um minuto, com números que indicavam duas velocidades diferentes – uma delas revelando uma queda brutal da velocidade – e foram menos de quatro minutos até o Airbus tocar na água.

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