TAP e tripulantes debateram “medidas mitigadoras” para náuseas em A330neo

Enjoos e odores sentidos pelos tripulantes “são questões que não são cientificamente provadas”, diz fonte do sindicato da aviação civil.

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Nelson Garrido

A TAP e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) debateram hoje “medidas mitigadoras” para tentar resolver os odores e as más disposições que têm ocorrido entre tripulações e passageiros nos aviões A330neo.

Fonte sindical não quis dar mais detalhes à Lusa sobre que medidas seriam estas, para não entrar em questões que possam estar envolvidas em “segredo comercial e tecnológico”, tanto da TAP como da Airbus, fabricante dos aviões.

Ainda assim, a mesma fonte referiu que os trabalhadores irão estar alerta “porque são questões que não são cientificamente provadas” e que só se podem tirar conclusões “depois de ter todos os dados”.

As medidas serão aplicadas imediatamente, estando tanto a companhia aérea como os trabalhadores “a aguardar pelos dados, que têm a ver com análises feitas na cabine”, segundo a mesma fonte, que referiu que “dezenas” de tripulantes apresentaram queixas de saúde depois de voar no A330neo.

A TAP garantiu na semana passada que testes efectuados a bordo dos novos A330neo não encontraram “quaisquer substâncias que possam constituir um perigo para a saúde dos tripulantes e dos passageiros”, nem “registo de insuficiência de oxigénio”.

Numa carta enviada aos tripulantes, a que a Lusa teve acesso, a companhia aérea informa que tem estado a monitorizar, em conjunto com a fabricante Airbus, as condições dos aparelhos, depois de nos últimos meses terem surgido queixas de tripulantes e passageiros por sentirem náuseas e um odor estranho a bordo.

Segundo a empresa, foi instalado “um equipamento ‘Aerotracer’, com vista à análise e identificação de ar contaminado por diferentes agentes na cabina do avião”.

“Dos 20 voos realizados com o ‘Aerotracer’ instalado, apenas em dois deles foram registados episódios pontuais de cheiros” identificados, mas “em níveis residuais” que estão muito abaixo dos valores limite de referência em termos de qualidade do ar da cabine.

A TAP deu ainda conta de uma carta da Airbus, em que a empresa diz estar a acompanhar a situação e rejeita ligações entre as náuseas e os odores.

O Diário de Notícias noticiou na segunda-feira que a Airbus detectou problemas com óleo no motor e no sistema de ar condicionado dos aviões da TAP, problemas que estariam na origem dos cheiros estranhos que têm sido detectados nos novos A330neo.

Segundo o jornal, que cita também uma carta da Airbus à TAP, a empresa detectou falhas nos novos aviões, reconhece esses problemas, mas adianta que já adoptou duas medidas mitigadoras deste efeito, tanto em terra como durante a descolagem do avião.

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