Ministra do Mar: há condições para pensar numa retoma “prudente” da pesca da sardinha

Últimos dados podem servir como justificação “para que exista um ligeiro aumento e não uma redução”, defendeu hoje Ana Paula Vitorino

Foto
LUSA/TIAGO PETINGA

A ministra do Mar disse hoje haver condições para aumentar a quota de captura de sardinha, contrariando as declarações do director-geral das Pescas da Comissão Europeia, que assinalou que o ‘stock’ em Portugal e Espanha está “em mau estado”.

“Entendo que será um desconhecimento sobre os últimos dados que nós já temos, já analisámos, e que permitem com certeza termos aqui pelo menos uma base para pedirmos um ligeiro aumento daquilo que é a quantidade a pescar pelos nossos pescadores e pelos pescadores espanhóis”, disse a ministra.

Numa entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, o director-geral das Pescas da Comissão Europeia, João Aguiar Machado, estimou que Portugal e Espanha ainda tenham de “apertar mais a cintura” nos limites impostos à captura de sardinha, considerando ser a única forma de assegurar a continuidade da pesca ibérica.

Ao ser questionada sobre o conteúdo destas declarações, Ana Paula Vitorino referiu hoje que as mesmas se devem a um “desconhecimento” dos últimos dados científicos sobre esta matéria, afirmando que os últimos dois anos “já indicam uma subida da biomassa”.

“Esses dados já estão a ser divulgados e, portanto, haverá aqui justificação para que exista um ligeiro aumento e não uma redução”, concluiu a ministra, afirmando haver condições para se começar a pensar numa “prudente” retoma do sector.

Ana Paula Vitorino falava aos jornalistas à margem da 7.ª sessão do Ciclo de Workshops Estratégia Nacional para o Mar 2030, que decorreu em Ílhavo, no distrito de Aveiro, e que contou com duas sessões dedicadas à pesca e transformação do pescado e aquicultura e segurança alimentar.

A governante afirmou ainda que o país está no “bom caminho” para cumprir a meta definida pelo Governo de duplicar até 2020 o peso da economia do mar na economia nacional, que no início da legislatura era de cerca de 2,5%.

“Nos últimos dados de 2018 já ultrapassámos os 4,5% e tudo indica que em 2019 e 2020 iremos chegar, de facto, aos 5%. Não nos acomodamos e não iremos ficar por aí, mas é um bom caminho”, disse, afirmando que a partir de agora este processo será “imparável”.

Sugerir correcção
Comentar