Um carpinteiro com olho para o negócio

Para além de ser ciclista profissional, o austríaco Lukas Pöstlberger é carpinteiro e tem talento para a cozinha.

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Por celebrar demasiado cedo, Pöstlberger quase perdeu uma vitória no Giro 2017 EPA/DARIO BELINGHERI

Lukas Pöstlberger – “Pösti”, para os amigos – já mereceu algum destaque nesta Volta a França. Esteve na fuga da etapa 9, mas acabou por não ter pernas para Daryl Impey, que se superiorizou a Tiesj Benoot, num sprint na recta da meta. Mas Pöstlberger tentou, porque é um homem que tenta. Em 2017, Pösti venceu a primeira etapa da Volta a Itália – foi o primeiro austríaco a vencer uma etapa e a vestir de amarelo no Giro –, surpreendendo os homens mais rápidos.

Atacou já perto do final e, beneficiando da descoordenação dos “comboios” dos sprinters, acabou por cruzar a meta pouco antes do pelotão. Mas o desfecho poderia ter sido outro, já que Pöstlberger, pouco habituado a vencer corridas, ergueu os braços demasiado cedo e por pouco não foi apanhado pelos sprinters que lutavam no pelotão.

O certo é que o austríaco venceu e, no final, perante os jornalistas, mostrou que é um homem que tenta a sua sorte em tudo. Até nos biscates. “Para além de ser ciclista, também sei montar cozinhas. Podem fazer pedidos, se quiserem”, disse, entre risos, recordando a anterior ocupação: trocou a carpintaria pelo ciclismo. Do que se sabe, o “olho para o negócio”, perante os jornalistas, não surtiu grande efeito. Quanto mais não seja porque o austríaco tem pouco tempo para estes biscates, ou não fosse – tal como Daniel Oss – um dos responsáveis por dar apoio a Peter Sagan durante toda a temporada de ciclismo.

Na equipa Bora, Pöstlberger não tem tido espaço para brilhar em nome próprio – as outras boas vitórias que tem foram nos campeonatos nacionais austríacos –, mas brilha noutro campo, entre tachos e panelas. Além de carpinteiro, é um homem com talento na cozinha. “Sou um chef bastante competente. É a minha segunda paixão”, disparou, à Eurosport, em 2017. E detalhou: “Gosto de cozinhar lentilhas com feijão e um bom pedaço de carne”.

Fã de Mario Cipollini, este austríaco, de 27 anos, não se fica pela carpintaria e pela cozinha. Nascido em 1992, já cresceu, também, com o dom dos millennials: “Sou um grande gamer. Fui algo viciado, há uns anos. Gosto muito de Call of Duty”. De Vöcklabruck, no norte da Áustria, até ao Tour não foi mais do que um pulinho. Pelo meio, fez história no Giro, num dia em que tudo lhe poderia ter corrido bem pior. Talvez deva pedir a Sagan conselhos sobre como e quando erguer os braços na meta.

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