Vão sair contos e luzes das águas dos canais de Aveiro

Companhia inglesa Walk The Plank apresenta um espectáculo de grande formato nas águas da ria. Apresentação insere-se no Festival do Canais, que decorre entre os dias 17 e 21 de Julho.

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Adriano Miranda
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Um cisne, um peixe e um monstro. Os primeiros dois simbolizam a natureza, o segundo representa a poluição e as ameaças das alterações climáticas. Será através deles que irá ser contada a história do espectáculo Tales of The Lagoon, que é apresentado no dia 19, pelas 22h30, nas águas dos canais urbanos da ria de Aveiro (Cais da Fonte Nova). Uma produção que promete enfeitiçar a assistência com a imensidão de luz que é emanada a partir da água, mas também com a mensagem ambiental que marca o desenrolar da história. Esta produção, que é apresentada como sendo um dos destaques da edição deste ano do Festival dos Canais – que decorre entre os dias 17 e 21 de Julho e compreenderá mais de 250 espectáculos -, ficará, ainda, marcada pela forte participação da comunidade local.

Ao longo das últimas semanas, foram desenvolvidas várias oficinas destinadas a preparar os materiais desta produção e que contaram com a participação de dezenas de crianças do município. “Eles andaram a preparar lanternas para o espectáculo e irão participar na apresentação de dia 19”, revelou ao PÚBLICO Liz Pugh, cofundadora e produtora da Walk With Plank. No entender desta responsável, a participação comunitária assume especial revelância quando se pretende “deixar um legado após o espectáculo”. “E nada melhor do que trabalhar com pessoas daqui, do que as trazer do Reino Unido, de onde somos”, frisa a produtora da companhia que já realizou outra experiência com a comunidade aveirense, no âmbito do Ria de Aveiro Weekend – foram apresentados duas performances, uma na Murtosa e outra em Aveiro, trabalhadas com os artistas e a comunidade local.

Ainda que esteja a ser preparado em exclusivo para o Festival dos Canais, o espectáculo “Tales of The Lagoon” parte de uma produção (“River Stories”) que a companhia apresentou, em 2017, em Londres. Em Aveiro, acredita Liz Pugh, “a audiência terá, definitivamente, uma experiência muito mais intimista, devido à envolvente do canal onde o espectáculo se desenrola”.

Mais de 250 espectáculos em cinco dias

O Tales of The Lagoon é apenas uma das muitas propostas imperdíveis do Festival dos Canais. Serão mais de 250 espectáculos, que envolverão 32 companhias artísticas e cerca de 277 artistas nacionais e internacionais, provenientes de 16 países, a que se juntam 220 participantes da comunidade.

O cartaz reserva, ainda, lugar para grandes nomes da música nacional e internacional. Caberá a Capicua, acompanhada por Keso, Virtus Teau, DJD1, estrear, no dia 17, o palco principal, com um concerto de hip hop sinfónico, em conjunto com a Banda Sinfónica de Aveiro Banda Amizade, que resulta de um desafio lançado pela organização.

Seguem-se os HMB, no dia 18, e Gilberto Gil, no dia 20, que apresentará em Aveiro o seu mais recente trabalho discográfico “OK OK OK”. O festival encerra a sua programação no palco principal com chave de ouro, entregando o último concerto a Mariza, considerada por muitos a mais internacional artista portuguesa de sempre. 

Entre os destaques do Festival dos Canais 2019 está, também, a estreia nacional de Esencial, da companhia Vaivén Circo, nos dias 19, 20 e 21. Um espectáculo de circo contemporâneo e de dança, que fala sobre transições e conta a história de um grupo de pessoas nómadas, feirantes e velhos marionetistas que chegam a uma nova cidade para trabalhar.

Outra das produções de referência passará pela actuação da companhia inglesa Spark!Worldbeaters, com um grandioso espectáculo de teatro de rua, que combina bateria de alto impacto com coreografias dinâmicas e um design de iluminação extraordinário. Apresentam-se nos dias 18, 19 e 20, com colaboração de percursionistas aveirenses, prometendo envolver o público “numa experiência visual e sonora irrepetível”.

Ao longo dos cinco dias do festival funcionará uma Funky Beach, um espaço relaxado e tropical, com palmeiras, espreguiçadeiras e coktails variados, com música assinada por diferentes Dj’se uma instalação permanente, a “Billevesées - L’estaminet”, assinada pela companhia Picto Facto, que propõe um bar imaginário onde as pessoas são convidadas a conversar livremente.

Em permanência irá estar também – no edifício da antiga Capitania - a exposição “Eco-Logias Artísticas nos Canais”, centrada no tema da ecologia, e na qual o público é desafiado a provar, levar elementos das obras, manipular conteúdos, numa abordagem que procura novas narrativas estéticas.

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