No primeiro dia e montanha a sério no Tour apareceu um novo líder

Uma fuga foi bem sucedida, permitiu ao italiano Giulio Ciccone conquistar a liderança do Tour por seis segundos, mesmo não tendo ganho a etapa, enquanto Geraint Thomas mostrou força a escalar.

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Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Sete contagens de montanha depois, a primeira grande etapa do Tour deste ano deixou marcas e um novo líder. O belga Dylan Teuns (Bahrain-Merida) foi o vencedor de uma tirada que tinha uma parte terminal duríssima, na Planche des Belles Filles, com uma subida final com uma inclinação média de 28%. Logo atrás de si, cortou a meta o italiano Giulio Ciccone (Trek-Segafredo), que graças às bonificações roubou a camisola amarela ao francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step). E entre os candidatos à glória em Paris, o britânico Geraint Thomas (INEOS) ganhou mais uns preciosos segundos à concorrência.

O desfecho da sexta etapa do Tour começou a desenhar-se a 155km da meta, quando se formou a fuga do dia. Composta por 14 ciclistas, a escapada chegou a ter uma vantagem de oito minutos em relação ao pelotão, mas a dificuldade dos quilómetros finais da tirada, levou vários corredores a irem perdendo o contacto com os mais velozes, ficando apenas Teuns e Ciccone para disputarem a vitória.

O belga impôs-se na primeira meta instalada numa contagem de montanha deste Tour, mas o italiano, vencedor precisamente do prémio da montanha do Giro deste ano, também pôde celebrar, ultrapassando Alaphilippe na classificação geral: à partida Ciccone tinha 1m43s de atraso em relação ao francês, mas o 1m36 de diferença na etapa juntamente com os segundos de bonificação ganhos na meta e nas contagens de montanha do dia foram suficientes para ficar com seis segundos de vantagem.

Atrás dos homens que lutaram pela vitória na etapa, assistiu-se ao despique entre os favoritos ao triunfo final do Tour. Mikel Landa (Movistar) foi o primeiro a atacar e chegou a dar a sensação de que poderia lucrar alguma coisa no final, mas o esforço do espanhol não teve sucesso. Depois, já nas últimas centenas de metros, foi a vez de Alaphilippe acelerar, na tentativa de segurar a sua camisola amarela. O ritmo imposto pelo francês apenas foi acompanhado por Geraint Thomas (INEOS) e o britânico acabaria mesmo por terminar à frente de Alaphilippe.

Foi a primeira escaramuça directa entre os principais candidatos a ganhar o Tour e Thomas mostrou, pelo menos nesta quinta-feira, alguma superioridade em relação à concorrência, dando a sensação de estar com “mais pedalada” do que os rivais.

Especialista em contra-relógio, o britânico também mostrou ser o mais forte a subir nesta primeira tirada com montanha a sério. O que é algo, no mínimo, preocupante para os restantes favoritos à conquista da camisola amarela do Tour já que, não só Thomas está melhor classificado na geral do que todos eles, como tem a seu favor o facto de ser praticamente imbatível no contra-relógio, sabendo por isso que ganhará ainda mais tempo aos restantes candidatos nessa especialidade.

Para já, nesta quinta-feira, o vencedor do Tour do ano passado deixou Thibaut Pinot dois segundos mais para trás, Quintana mais sete, Bernal e Landa mais nove, Nibali mais 51s e Romain Bardet, o grande derrotado do dia, mais 1m09s.

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