Linha circular: ninguém a favor

O Bloco defendeu sempre que a prioridade da expansão do metro deveria ser para zona ocidental da cidade, levando a linha amarela do Rato até às freguesias da zona ocidental, onde vivem cerca de 150 mil lisboetas.

A Assembleia da República votou na passada sexta-feira vários projetos de resolução sobre a expansão do Metro de Lisboa. As propostas visavam alterar as prioridades de expansão do metro e até suspender a linha circular.

A proposta do Bloco para o alargamento do metro até Loures foi aprovada, demonstrando que o parlamento compreende a importância do metro de Lisboa ter uma dimensão metropolitana.

Das votações desses projetos de resolução resultou outro fato importante: nenhum partido votou contra a suspensão da linha circular, o que é de assinalar. Em contradição com as posições conhecidas em Lisboa, onde o PS tem insistido que esta linha é uma prioridade e Assunção Cristas defende essa solução, aquando da apresentação do seu plano de 20 novas estações.

O fato de não existir hoje na Assembleia da República nem um partido que defenda a linha circular é uma clara indicação do que é preciso fazer: parar este processo.

Sejamos claros, o Bloco de Esquerda sempre considerou que o projeto da linha circular não deveria avançar, porque é um mau investimento que não serve a mobilidade da cidade. É um investimento megalómano de mais de 250 milhões de euros que irá tornar grande parte da cidade intransitável durante 4 anos.

Pelo contrário, o Bloco defendeu sempre que a prioridade da expansão do metro deveria ser para zona ocidental da cidade, levando a linha amarela do Rato até às freguesias da zona ocidental, onde vivem cerca de 150 mil lisboetas. Além disso, criando um interface de transportes com a Linha de Cascais, podemos descongestionar o sobrecarregado Cais do Sodré.

Partindo desta necessidade e da total intransigência do PS/CML na defesa desta linha, estabelecemos no acordo de governação para a Câmara Municipal de Lisboa, que negociámos com o PS, a seguinte formulação: “Renegociação com o Governo sobre a expansão da rede de Metropolitano, incluindo a extensão da linha para a zona ocidental de Lisboa como prioridade a par da linha circular.”

Para além disto, acordámos um plano de mobilidade para a zona ocidental, com compra de mais autocarros e carreiras de bairro que está a ser implementado e as pessoas de lá já o sentem.

No entanto, face ao recuo do Partido Socialista na defesa da linha circular acreditamos que é necessário voltar a discutir as prioridades para o metro de Lisboa, sem tabus. Para além do investimento na manutenção e material circulante, é preciso ouvir as pessoas e centrar na expansão para a zona ocidental de Lisboa e até ao município de Loures.

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