A Deceuninck-Quick Step deu um passo em frente no Tour
Elia Viviani conquistou a quarta etapa (a primeira do currículo na Volta a França) e Julian Alaphilippe manteve a camisola amarela. Quem está a perder gás é a Jumbo-Visma.
A Deceuninck-Quick Step anda em alta por estes dias. Depois do brilharete de Julian Alaphilippe na terceira etapa, que conduziu o francês até ao topo da classificação geral, nesta terça-feira foi a vez de o italiano Elia Viviani dominar a quarta tirada da Volta a França. Para o sprinter nascido em Isola della Scala, foi o primeiro triunfo no calendário do Tour, para o gaulês foi a confirmação da camisola amarela.
Não tardou muito até à primeira fuga do dia, num percurso que começou em Reims. A dupla da Wanty-Gobert contituída por Yoann Offredo e Frederik Backaert descolou e só Michael Schar (CCC Team) lhes seguiu no encalço, formando-se um trio sólido na frente durante cerca de 200km. Ainda assim, o pelotão não lhes permitiu grandes veleidades, controlando a uma distância de segurança, que não chegou a ultrapassar a barreira dos 3m30s.
Foi então que entrou em acção a Deceuninck-Quick Step, não só para poder lançar Elia Viviani, mas também para proteger a liderança de Alaphilippe, com a Lotto Soudal e a Jumbo-Visma a “ajudarem” a encostar no trio da fuga. À entrada dos últimos 30km, o fosso tinha sido reduzido a menos de um minuto e Michael Schar tentou a sua sorte, deixando Offredo para trás — Backaert ainda conseguiu acompanhar a arrancada.
O duo, porém, desfez-se na Côte de Maron, uma subida de 3,2 km com 5% de inclinação a cerca de 15km da meta. Schar voltou a atacar, livrou-se de Backaert mas não demorou até ser engolido pelo pelotão. Saltou então Lilian Calmejane (Total Direct Energie) para ser alcançado a 6km do fim, três quilómetros antes de os comboios dos sprinters tomarem conta da ocorrência.
A UAE, a Bahrain-Merida e a Dimension Data puxaram dos galões, Edvald Boasson Hagen (Dimension Data) ainda liderou até aos derradeiros 700m, mas seria a Deceuninck-Quick Step a levar a melhor, com uma resposta cirúrgica para preparar o triunfo de Viviani a alta velocidade.
More proof that positioning and timing are the keys to a winning the sprint: Alexander Kristoff was about to take the victory when Elia Viviani edged him on the line, while Caleb Ewan hit the fastest speed in the sprint.#TDF2019 #TDFdata pic.twitter.com/yJh7DTyZAp
— letourdata (@letourdata) 9 de julho de 2019
O italiano acabou por levar a melhor sobre Alexander Kristoff (UAE Team Emirates) e Caleb Ewan (Lotto Soudal) no sprint decisivo, com Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) a terminar em quarto lugar.
“Significa muito para mim. Ainda nem acredito. Era um dos grandes objectivos da época. O triunfo fenomenal de ontem do Julian foi o clique para a equipa. Falta-me esta vitória”, assinalou Viviani, que passa agora a contar no currículo com triunfos em etapas no Tour, no Giro e na Vuelta.
À ascensão da Deceuninck-Quick Step neste Tour correspondeu uma queda abrupta da Jumbo-Visma. Não só deixou fugir a camisola amarela, como viu Mike Teunissen e Dylan Groenewegen sprintarem separadamente, para fecharem o dia no quinto e no sexto postos.
Mais abaixo, o trio de portugueses terminou dentro do pelotão, com o mesmo tempo do vencedor, o que significa que Rui Costa (UAE) continua a ser o melhor representante nacional nesta edição do Tour, no 37.º lugar (a 1m28s). Nelson Oliveira (Movistar) é 88.º (10m25s) e José Gonçalves (Katusha Alpecin) é 112.º (14m22s).
Na quarta-feira, a quinta etapa liga Saint-Dié-des-Vosges a Colmar, durante 175,5km, num percurso que contempla o castelo de Haut-Koenigsbourg e várias localidades da Alsácia. O mais relevante para os ciclistas, porém, serão as primeiras subidas a doer, como é o caso da Côte des Trois-Épis, a 659m de altitude.