Custos na construção sobem 2,2% com aumento da despesa com mão-de-obra

Em Maio, os preços dos materiais de construção aumentaram 0,8% em termos homólogos e os custos de mão-de-obra apresentam uma subida mais acentuada, de 4,3%, segundo o INE

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Rui Gaudencio

Apesar de se ter verificado uma ligeiríssima desaceleração face ao mês anterior, os custos de construção de habitação nova continuam a aumentar, em termos homólogos, com taxas de variação superiores a 2%. O Instituto Nacional de Estatística acaba de divulgar o Índice de Custos de Construção da Habitação Nova e revelou que em Maio a despesa medida por este indicador terá aumentado 2,2%, menos 0,1 pontos percentuais (p.p.) que o observado no mês anterior.

Das duas rubricas que concorrem para a formação do índice, o custo da mão-de-obra continua a ser aquele que apresenta taxas de variação mais elevadas. Os preços dos materiais de construção aumentaram 0,8% em termos homólogos, mas os custos de mão-de-obra dão conta de uma taxa de variação de 4,3%.

Numa altura em que o preço das casas continua a subir, e sabendo-se que o valor fundiário dos imóveis tem naturalmente grande expressão, os custos de construção têm um peso muito relevante na formação dos preços. Com a actividade do sector a recuperar largamente, tendo a construção sido a área que mais contribuiu para o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano, os empresários da construção têm falado da dificuldade em conseguir a mão-de-obra suficiente para dar resposta a todas as solicitações.

Para além das encomendas no mercado imobiliário (houve crescimento homólogo de 6,3% no montante de novas operações de crédito para aquisição de habitação contratadas durante os primeiros quatro meses do ano e um aumento de 17% no número de fogos novos licenciados até Abril), houve também um reforço nas encomendas públicas, com o valor dos contratos de empreitadas de obras públicas adjudicados a crescer 55% até Maio (em termos homólogos) e o montante das obras lançadas a concurso a aumentar 72% durante o mesmo período.

De acordo com a Federação do Sector da Construção e Obras Públicas, a Fepicop, associação do sector, o consumo de cimento cresceu 19% até Maio, em termos homólogos, o que contribuiu para um consumo acumulado de 1,35 milhões de toneladas durante os primeiros cinco meses do ano, um máximo dos últimos sete anos, confirmando o acréscimo da actividade das empresas de construção.

Ainda de acordo com a Fepicop, o desemprego oriundo da construção, avaliado pelo número de desempregados do sector inscritos nos centros de emprego, encontra-se em mínimos da série, iniciada em 2008.

Todos estes aspectos ajudam a perceber a variação do índice apurado pelo INE, revelando que os custos com a aquisição e mão-de-obra continuam a ser os que apresentam taxas de variação mais acentuadas. Na variação em cadeia, percebem-se movimentos mais sensíveis. Depois de no final do ano (em Dezembro e Janeiro) a taxa de variação mensal ter entrada em terreno negativo, a verdade é que logo em Fevereiro a taxa de variação regressou a terreno positivo. Em Maio, a variação mensal foi nula.

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