Estarão as audiências de cinema fartas dos grandes franchises de Hollywood?

Para as bilheteiras de cinema, 2019 tem sido uma desilusão nas receitas, com uma redução de cerca de 6% em relação aos valores de 2018. No entanto, os lançamentos desta segunda metade podem revelar um desfecho diferente.

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"Vingadores: Endgame" rendeu até ao momento 2,47 mil milhões de euros dr

As receitas das bilheteiras cinematográficas mundiais têm sido desapontantes. O primeiro semestre de 2019 representou uma queda na venda de bilhetes de cerca de 6% em relação ao ano passado. Analistas sugerem que esta queda se deve a uma fatiga das audiências em relação a filmes de grandes franchises, citando vários exemplos que tiveram a sua estreia na primeira metade de 2019 como Godzilla II: Rei dos Monstros; MIB: Homens de Negro - Força Internacional, Como Treinares o Teu Dragão: O Mundo Secreto e O Filme Lego 2, que desiludiram tanto críticos como nas bilheteiras.

Mesmo com o sucesso de Vingadores: Endgame (até ao momento rendeu 2,47 mil milhões de euros, segundo filme mais rentável de sempre apenas superado por Avatar), o ano de 2019 está a mostrar grandes dificuldades em acompanhar os valores recordes registados em 2018 (ano mais rentável de sempre na história do cinema) que teve diversos títulos lucrativos como Black Panther (1,2 mil milhões de euros) ou Vingadores: Guerra do Infinito (1,83 mil milhões de euros). Até ao momento, foi registado um lucro de 17 mil milhões em bilhetes de cinema, que representa uma queda de aproximadamente um milhar de milhão de euros em relação a 2018. Esta redução foi sentida mais significativamente nas bilheteiras norte-americanas, o maior mercado cinematográfico do mundo, com uma queda de 500 milhões de euros.

Uma das maiores dificuldades que a indústria do cinema tem enfrentado é a competição com os serviços de streaming, como Netflix ou HBO, que para além dos grandes investimentos em séries de televisão, como Guerra dos Tronos, Big Little Lies ou Stranger Things, também tem “subido a parada” na produção cinematográfica. No ano passado, o Netflix, produziu a mesma quantidade de filmes que os maiores estúdios de Hollywood juntos – cerca de 80 — inclusive o aclamado Roma de Alfonso Cuarón, que arrecadou 3 Óscares.

No entanto, Michael Pachter, analista da empresa de investimentos financeiros Wedbush, disse que estes valores não devem corresponder a “um indicativo de como as pessoas estão a perder o interesse no cinema” e que na segunda metade do ano as receitas podem aumentar significativamente. Phil Clapp, chefe executivo da UK Cinema Association, associação nacional de operadores de cinema do Reino Unido, disse que com filmes como “Joker, Frozen 2, Downton AbbeyRei LeãoJumanji: O Nível Seguinte, Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw, It: Capítulo 2, Cats e Star Wars: A Ascensão de Skywalker, existe a possibilidade alcançar, se não mesmo ultrapassar, os números recordes de 2018.”

As bilheteiras portuguesas também não mostram números muitos saudáveis, sendo que no final de 2018, segundo contas feitas pelo PÚBLICO, somou um número de espectadores nos cinemas portugueses que deverá ter rondado os 14,2 milhões em 2018, uma queda em comparação com os 15,6 milhões de espectadores de 2017.

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