ETAR de Arruda entra em obras para reduzir poluição nos rios

A Águas do Tejo Atlântico estima lançar este ano um concurso de 1,6 milhões de euros para intervenções.

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O rio Grande da Pipa é um afluente do Tejo CL CARLOS LOPES

A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Arruda dos Vinhos vai entrar em obras, com o objectivo de minimizar a poluição no rio Grande da Pipa, afluente do Tejo. A Águas do Tejo Atlântico divulgou esta sexta-feira que pretende lançar um concurso de 1,6 milhões de euros para as intervenções.

Questionada pela agência Lusa, a empresa disse querer lançar o concurso até ao final de 2019, já tendo “em curso um projecto de beneficiação da ETAR, que inclui a melhoria do tratamento existente e a construção de novos equipamentos, nas fases líquida e sólida”.

Para além de serem avistadas manchas brancas ou águas escuras no rio Grande da Pipa, são sentidos maus cheiros provenientes do rio pela população. “Recentemente, de forma ocasional, o efluente que tem chegado à ETAR contém uma substancial carga industrial de origem desconhecida que leva à degradação da qualidade de descarga face ao habitual”, admitiu a empresa.

São várias as situações que têm sido relatadas aos municípios, ao Ministério do Ambiente e até ao Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR. O presidente da Câmara, André Rijo, revelou à Lusa que, desde 2014, tem vindo a trabalhar com a empresa visando a “resolução das deficiências da ETAR através da ampliação da sua capacidade de tratamento”. A ETAR, em funcionamento desde 2004, foi concebida para tratar águas residuais domésticas de oito mil habitantes do concelho, cujo tratamento se mantém “eficaz” para este tipo de efluentes, esclareceu.

Em 2014, após serem introduzidas alterações no sistema de tratamento, passou a receber efluentes da Zona Industrial das Corredouras, que antes eram descarregados directamente para a linha de água. Mas continuam a existir descargas industriais que não são controladas e que, por falta do devido pré-tratamento à chegada à ETAR, diminuem a eficiência do próprio tratamento, elucidou a empresa.

O problema levou a Câmara de Arruda dos Vinhos, no distrito de Lisboa, a intervir junto das indústrias locais, estando quer a empresa, quer a autarquia a trabalhar em conjunto na identificação das indústrias responsáveis por descargas ilegais.

A Câmara está ainda a efectuar análises às águas residuais de todas as empresas que descarregam para a rede, com a finalidade de identificar as incumpridoras.

Foram igualmente relatadas à agência Lusa queixas de maus cheiros no Parque das Rotas, junto ao rio, em Arruda dos Vinhos. Interrogado pela Lusa, o autarca afasta a hipótese de serem oriundos do rio, admitindo ser “possível” que venham de um “colector que está desfasado da realidade e entope”.

A autarquia já contratou uma empresa para iniciar obras no valor de, aproximadamente, cem mil euros.

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