Equipas portuguesas querem travar domínio espanhol no Mundial

Selecção nacional chega ao Campeonato do Mundo, em Barcelona, com a intenção de colocar um ponto final na hegemonia espanhola. Jejum prolonga-se há 16 anos para os homens. Mulheres querem primeiro título na prova.

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Jogadores da selecção no treino de adaptação FPP

Mais de uma década após o último triunfo na maior prova do hóquei em patins, Portugal quer voltar a carregar ao peito o símbolo de campeão do mundo. Por isso, Renato Garrido, seleccionador nacional, manteve exactamente a mesma formação que, em Março, conquistou o Torneio de Montreux, na esperança de que o bom entrosamento e resultados positivos se repitam.

Paulo Almeida é um dos jogadores que alinhou na final contra a Itália, em 2003, que Portugal venceu no prolongamento com um golo solitário de Pedro Alves. O agora treinador da equipa sénior feminina do Benfica acredita que, no papel, o factor casa poderá conceder à Espanha um favoritismo acrescido em relação às outras formações.

“Os crónicos candidatos ao título são a Itália, Portugal, a campeã Espanha e Argentina. Qualquer uma destas formações pode vencer a competição. Para mim, a selecção ‘albiceleste’ peca na baliza, não tendo um guarda-redes ao nível do português e do espanhol. Porém, em termos de jogadores de pista, é tão forte como as outras três e tem muitas soluções. A equipa que joga em casa tem sempre um bocadinho de favoritismo, mas espero ver Portugal com tudo para conquistar o título mundial”, afirma ao PÚBLICO.

Com uma média de idades a rondar os 28 anos, os dez escolhidos pelo seleccionador nacional procuram conquistar o 16.º título mundial do palmarés português. Reinaldo Ventura, outro hoquista presente na final de 2003, foi colega de vários jogadores que compõem esta selecção e, apesar de não comparar directamente as duas formações, acredita que há hipótese de conquistar o Campeonato do Mundo. “Sem dúvida, acho que esta equipa tem uma grande capacidade de superação. Conheço bem os jogadores e sei que o espírito com que vão entrar neste campeonato do mundo é de guerreiros, com a intenção de conquistar o título em casa da Espanha, o maior rival”, atesta.

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João Rodrigues, do Barcelona, é uma das figuras da selecção nacional Ricardo Lopes

No feminino, “são precisos títulos” para impulsionar modalidade

Este sábado, ainda antes de os homens entrarem em acção, será a formação feminina a estrear-se, frente à Itália. Hélder Antunes, seleccionador nacional, garante ao PÚBLICO que um bom início na competição será importante para o sucesso na competição: “Estamos focados no primeiro jogo. É sempre o mais difícil. Veremos como conseguimos começar e crescer ao longo da prova. Claro que vivemos um bocadinho do estereótipo criado em torno do hóquei em patins, somos comparados sempre ao masculino, é uma realidade um pouco diferente. A garantia que posso dar é a de que a selecção feminina trabalhou nos limites para se apresentar o melhor possível neste Campeonato do Mundo. É um grupo difícil, aliás, todas as oito equipas o são, cada uma com as suas características. Vamos estar preparados e tentar levar o nome de Portugal o mais longe possível.”

Destacando o espírito de grupo como a principal qualidade da equipa, o treinador reconhece que o hóquei feminino tem merecido um esforço crescente por parte dos clubes portugueses, garantindo que um título internacional poderá ter um peso crucial na consolidação deste desporto: “Para dar um salto qualitativo e mesmo quantitativo, precisamos de títulos. O hóquei feminino tem tido altos e baixos, com um grande esforço dos clubes e intervenientes. Só que temos de ter a noção de que esse esforço não dá frutos a curto prazo. É preciso deixar as jogadoras crescerem e amadurecerem.”

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Muitos jogadores das outras selecções são conhecidos do campeonato português MIGUEL A. LOPES / LUSA

Tal como acontece na categoria masculina, a Espanha chega ao Campeonato do Mundo como a bicampeã em título, dobradinha que soma ao campeonato europeu. Para já, Portugal não terá de defrontar a formação vizinha na fase de grupos, disputando com a Itália, Argentina e Alemanha as duas vagas para as meias-finais. A estreia está marcada para as 15h deste sábado. Nos homens, será no domingo, às 19h, frente à Colômbia. 

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