João Sousa derrota Marin Cilic após brilhante exibição em Wimbledon

Número um português qualificou-se nesta quinta-feira para a terceira ronda do torneio.

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LUSA/ANDY RAIN

João Sousa comemorou a sua 50.ª participação num torneio do Grand Slam com a melhor vitória em torneios desta grandeza. O número um português derrotou Marin Cilic, campeão do Open dos EUA em 2014 e actual 18.º do ranking, em três sets e sem ceder qualquer break. Um feito para Sousa, que nunca tinha vencido um adversário do top 50 em relva.

Frente a um rival a quem nunca tinha ganhado um set nos quatro duelos anteriores, Sousa assinou uma exibição praticamente sem falhas: sete erros não forçados cometidos pelo vimaranense e 21 o número de winners, incluindo nove ases — tantos como o adversário. Cilic pode lamentar-se dos 12 break-points de que dispôs, sem aproveitamento, e dos 44 erros cometidos, incluindo oito duplas-faltas.

“Face a um dos melhores do mundo, foi um dia perfeito: consegui jogar a um nível e a uma intensidade altíssima, desde o princípio até ao final, muito concentrado. Foi um dos melhores jogos da minha carreira. Têm sido dias fantásticos, de grande nível de ténis, e é para isto que trabalhamos. Estou muito contente por estar na terceira ronda de um Grand Slam, e num torneio tão emblemático como é Wimbledon”, disse Sousa (69.º), após a vitória, por triplo 6-4.

No último Open dos EUA, Sousa venceu um adversário com o melhor ranking na altura, Pablo Carreño Busta, então 12.º. Mas o espanhol, que abandonou esse embate no início do quinto set, não tinha (nem tem) o palmarés de Cilic: um troféu do Grand Slam, finalista em Wimbledon há dois anos, vencedor de 18 títulos no circuito principal, quatro presenças nas ATP Finals e líder da Croácia na conquista da última Taça Davis.

A verdade é que o croata tem estado a realizar uma época abaixo do esperado, com somente 11 encontros ganhos, o que leva a ocupar o ranking mais baixo desde Agosto de 2014. Em Wimbledon, em particular, Cilic também não tem dado seguimento à presença na final de há dois anos, pois no ano passado também não foi além da segunda ronda.

Sousa repete o resultado obtido em 2016, quando eliminou Dmitry Tursunov (453) e Dennis Novikov (145), antes de perder, na terceira ronda, em três sets com Jiri Vesely (64.º), Amanhã, o português vai defrontar pela primeira vez Daniel Evans (61.º), que afastou Nikoloz Basilashvili (16.º), por 6-3, 6-2 e 7-6 (7/2). 

Pouco depois de vencer Cilic, Sousa estreou-se na prova de pares ao lado de Leonardo Mayer, vencendo Evans e o também britânico Lloyd Glasspool, por 7-6 (7/3), 4-6, 7-5 e 6-3. “Nem sempre é fácil voltar a ligar os motores, mas com a ajuda do Leo foi possível esta vitória”, adiantou.

No encontro mais aguardado da jornada, Rafael Nadal superou Nick Kyrgios (43.º), que fez tudo ao seu alcance para ganhar: fez um ás a servir por baixo, tentou acertar com a bola no adversário, discutiu com o árbitro e, pelo meio, foi confirmando todo o seu talento, mas foi o espanhol quem esteve melhor nos momentos decisivos, em especial no final dos terceiro e quarto sets.

Nos dois últimos sets, em que não se registaram quaisquer breaks, Nadal, que tinha perdido os cinco tie-breaks disputados nos seis duelos anteriores com o australiano, serviu melhor e foi o mais consistente, para vencer, por 6-3, 3-6, 7-6 (7/5) e 7-6 (7/3), ao fim de três horas. “Não estou zangado com ele; apenas quero jogar ténis e, às vezes, com ele, é difícil”, resumiu o número dois do ranking.

Já Roger Federer esteve a dois pontos de perder o segundo set (4-5, 30-30), mas perdeu somente seis pontos no seu serviço nos dois últimos sets para derrotar Jay Clarke (169.º), por 6-1, 7-6 (7/3) e 6-2.

Pelo segundo ano consecutivo, a campeã em título não passou da segunda ronda. Angelique Kerber cedeu no terceiro match-point diante de Lauren Davis (95.ª), por 6-2, 2-6 e 1-6. A norte-americana assinou 45 winners para eliminar a número cinco mundial. Para a terceira roda avançaram igualmente Serena Williams, Ashleigh Barty, Kiki Bertens, Petra Kvitova, Sloane Stephens e Johanna Konta.

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