A final do Euro 2004 foi há 15 anos. Como Portugal quase chegou ao topo

Foi a 4 de Julho de 2004 que Portugal não conquistou em casa o título de campeão da Europa na primeira final que marcou presença. Para a memória ficou um país com os olhos postos na bola.

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Euro 2004 levou milhares de portugueses aos estádios e às ruas a cantar e torcer por Portugal Actions Images/Reuters/arquivo

Foi há 15 anos que Portugal teve o desfecho que não esperava no Campeonato da Europa que organizou em 2004. Entre 12 de Junho e 4 de Julho desse ano, o Euro 2004 moveu milhões de pessoas: turistas, jornalistas, voluntários e, acima de tudo, amantes e adeptos do futebol dentro e fora dos novos estádios que o país repleto de bandeiras nas janelas viria a conhecer.

A selecção das “quinas”, na altura orientada por Luiz Felipe Scolari, acabou a competição como começou: a perder com a Grécia. Como Portugal quase chegou ao topo em sua “casa"? O PÚBLICO recorda-lhe os seis jogos da selecção nacional que marcou uma geração, com direito aos vídeos dos golos dessas partidas.

Portugal 1-2 Grécia: a ansiedade de começar bem

Foi no Estádio do Dragão, no Porto, às 17h, que Portugal e Grécia começar a jogar a partida de abertura do Euro 2004, talvez sem nunca imaginar que se iriam reencontrar na final da competição. Os helénicos surpreenderam e marcaram cedo, aos 7’, por Karagounis (ex-Benfica). A vantagem aumentou a favor dos gregos na segunda parte e Portugal reduziu perto do fim, com um golo de um “miúdo” chamado Cristiano Ronaldo.

Portugal 2-0 Rússia: era urgente vencer

Depois da derrota algo inesperada, Portugal tinha de vencer a partida seguinte para ainda sonhar com a passagem da fase de grupos. A equipa das “quinas” jogou no novo Estádio da Luz e venceu a Rússia por dois golos sem resposta. Portugal entrou a vencer cedo, com golo de Maniche, e fechou o marcador aos 89’, por Rui Costa, que só precisou de encostar após uma assistência de luxo de Cristiano Ronaldo.

Portugal 1-0 Espanha: a “aparição” de Nuno Gomes

Para Portugal, com três pontos, e Espanha com quatro (vitória à Rússia e empate com a Grécia), só interessava a vitória. Num jogo muito equilibrado, onde ambas as equipas não queriam arriscar, valeu o remate cruzado de Nuno Gomes para o fundo das redes de Iker Casillas. O antigo avançado do Benfica tinha entrado aos 46’ e marcou aos 57’, empolgando o Estádio José Alvalade.

Portugal 2-2 Inglaterra (6-5 g.p.): Ricardo sem luvas deixou o país a sorrir

Foi quase o jogo do gato e do rato. A Inglaterra impôs-se cedo e Michael Owen marcou aos 3’, Portugal foi atrás do prejuízo e Hélder Postiga fez o empate 80 minutos depois, pouco depois de ter entrado em campo. A partida foi a prolongamento e foi Rui Costa a completar a cambalhota no marcador, aos 110’ – pouco durou pois os ingleses marcaram cinco minutos depois.

No desempate por grandes penalidades, o guarda-redes Ricardo cumpria um dos momentos mais marcantes e emocionantes no futebol português. Hélder Postiga marcou o quinto penálti, e à Panenka, para Portugal; o guardião português atirou-se para o lado esquerdo, sem luvas, para defender o remate de Darius Vassell; e Ricardo converte o sexto penálti que deu o acesso às meias-finais.

Portugal 2-1 Holanda: a apresentação de Ronaldo e o “tiro” de Maniche

Foi em casa que Portugal alcançou a primeira final de um grande torneio de futebol depois de ter derrotado a Holanda, por 2-1, em mais um jogo em que os nervos e a concentração precisavam de funcionar em comunhão. A famosa “laranja mecânica” holandesa era também uma séria candidata a vencer a prova, mas Cristiano Ronaldo festejou (efusivamente) outro golo na competição e Maniche viria a marcar um golo soberbo, com um remate bastante tenso do lado esquerdo que vai ao ângulo da baliza adversária. Jorge Andrade ainda fez um autogolo pouco depois da hora de jogo e Portugal defendeu com “unhas e dentes” a ansiada ida à final.

Ronaldo, depois de ter feito a primeira época no Manchester United, foi o único avançado português incluído na equipa ideal do Euro 2004.

Portugal 0-1 Grécia: a vitória do underdog

Se um ou outro ganhasse, seria inédito, mas a vitória da Grécia abalou todo um país que recebeu a competição. Portugal tinha perdido pela segunda vez no Euro 2004 e novamente com os gregos. Angelos Charisteas surgiu num canto entre Ricardo Carvalho e Costinha e cabeceou para o golo solitário da partida (0-1). A selecção nacional insistiu na procura pelo golo do empate no que restava na partida, mas o troféu caiu para a Grécia e Portugal só viria conhecer a mesma sensação em 2016, na França.

Após a derrota caseira e talvez incurável no futebol português, ficou na memória a viagem de autocarro da selecção nacional desde a Academia de Alcochete rumo ao Estádio da Luz, antes desta final com a Grécia. Milhares de portugueses iam acenando para a equipa durante todo o percurso, acompanhado pela comunicação social de motos e helicóptero.

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