Raúl de Tomás tenta mostrar no Benfica aquilo que não pôde no Real Madrid

Avançado espanhol fez toda a formação nos “galácticos”, mas nunca se conseguiu afirmar na equipa principal. Chega ao clube da Luz por 20 milhões de euros, com contrato válido até Junho de 2024.

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Avançado destacou-se no Rayo Vallecano Reuters

João Félix já não está mas passou a estar Raúl de Tomás. Apenas horas depois do anúncio da contratação do jovem português como novo reforço do Atlético de Madrid o avançado espanhol foi confirmado como novo reforço dos “encarnados” por 20 milhões de euros. O contrato assinado é válido até Junho de 2024, com o jogador de 24 anos a ficar blindado por uma cláusula de rescisão no valor de 100 milhões de euros, confirmaram os “encarnados”, em comunicado à CMVM

Raúl de Tomás era, no início da segunda metade da época transacta, o melhor marcador do Real Madrid, apesar de não ter alinhado pelos “galácticos” em jogos oficiais. Como?

Foi no Real que Raúl realizou toda a formação, chegando à capital espanhola com apenas dez anos de idade. Quebrou múltiplos recordes, saltava prematuramente de escalão e, no reino do Santiago Bernabéu, poucos duvidavam da sua ascensão à equipa principal dos “merengues”. Em 2012, porém, tudo mudaria. O avançado atingiu um tecto na sua evolução e, em 2015, seria emprestado ao Córdoba, da segunda divisão espanhola.

A ida para a divisão secundária seria aquilo que lhe permitiria relançar a carreira, reconheceu, em declarações ao El País: “Houve um reset mental em Córdoba com a ajuda do meu treinador. Sabia que tinha de mudar muitos aspectos da minha vida”. Fez 27 jogos ao serviço da equipa andaluza, assinando seis golos.

Na época seguinte, 2016-17, voltaria novamente a ser emprestado, desta feita ao Valladolid. Voltou a surpreender: 39 jogos, 15 golos. Mesmo assim, não conseguiu uma hipótese no Real Madrid, que já tinha um ataque preenchido com estrelas do calibre de Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo.

A solução encontrada pelo Real Madrid? Voltar a “rodar” o jovem pela segunda divisão. Desta vez, a paragem escolhida foi o Rayo Vallecano que procurava voltar à Liga espanhola, dois anos após ter sido despromovido. O emblema bem pode agradecer à inspiração do novo jogador das “águias”. Com 24 golos em 32 jogos, Raúl foi o principal artilheiro da equipa — e segundo da divisão secundária espanhola — contribuindo fortemente para a conquista do primeiro lugar e respectiva subida de divisão.

A excelente época do jogador não passou em branco aos responsáveis do Real Madrid que renovou contrato com o avançado até 2023. Porém, o espanhol, habituado a ser titular habitual não se quis resignar a um lugar no banco. “O Lopetegui queria que eu ficasse, mas não sou o tipo de jogador que consiga ficar uma época inteira sentado no banco de suplentes”, afirmaria, citado pelo AS.

Voltou ao Rayo Vallencano e, em Janeiro, era o terceiro melhor marcador do campeonato espanhol, com oito golos, mais do que qualquer jogador do Real Madrid. Clube que, aliás, devido às lesões — e fraco desempenho do galês Gareth Bale — se viu aflito na frente de ataque. Falha que Raúl, emprestado, não conseguiria colmatar. Acabaria essa época com 14 golos, tendo assinado um hat-trick frente ao Celta de Vigo e um golo em pleno Camp Nou que correu mundo.

Chega agora ao Benfica, por 20 milhões de euros, numa época com algumas estreias: será a primeira vez do jogador fora de Espanha, logo num clube que garantiu o acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões, outra novidade para o espanhol. Mas procurará, também, mostrar em Lisboa aquilo que nunca conseguiu mostrar em Madrid: a veia goleadora. 

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