CDS-PP sugere adiamento de nova Lei de Bases da Saúde para depois das eleições

Ana Rita Bessa considera que a lei “não tem condições” para ser aprovada

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Ana Rita Bessa defende que a lei deve ficar para a próxima legislatura Miguel Manso

O CDS-PP defendeu nesta segunda-feira um adiamento da Lei de Bases da Saúde para a próxima legislatura, após as eleições de Outubro, por considerar não haver, nem à esquerda nem à direita, condições de negociar um novo diploma.

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião da direcção do CDS com a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em Lisboa, a deputada Ana Rita Bessa disse lamentar que se continue, “com algum grau de irresponsabilidade”, a “tentar produzir uma lei que já se percebeu que não tem condições para ser aprovada”.

“Se calhar, a cautela recomendaria que, no final da legislatura, assumíssemos que não há essas condições, [para] uma convergência plena em prol de uma lei mais actualizada daquilo que são direitos dos cidadãos”, afirmou, para concluir a seguir: “Se calhar, tem de ficar para a próxima legislatura.”

A deputada do CDS aconselhou PS e Bloco de Esquerda a tentarem “honrar a memória” de dois dos seus dirigentes que lançaram o debate da nova lei de bases, António Arnaut, o socialista que ajudou a fundar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), e João Semedo, médico e ex-líder do BE.

Ana Rita Bessa tinha lembrado que o CDS já dissera, em Junho, que desconfiava muito de um Governo que, depois de negociar seis meses com os partidos da esquerda, vinha, “ao tocar do gongo”, aproximar-se do PSD para tentar um entendimento e que seria “muito difícil, de repente”, criar “uma lei consistente” com a “linha de aproximação à direita”.

Na sexta-feira, o PS anunciou o rompimento das conversações sobre este dossier com o PSD, ao que o líder social-democrata, Rui Rio, respondeu que o seu partido não é “a muleta” dos socialistas.

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