Julião Sarmento abre Curso de Verão da Escola das Artes do Porto

Realizadores Atom Egoyan e Todd Solondz participam também na segunda edição desta iniciativa da Universidade Católica portuense. Entre esta terça-feira e sábado.

Foto
, de Julião Sarmento DR

Depois da grande retrospectiva Noites Brancas, apresentada no Museu de Serralves em 2012, e da escultura-fonte Self-portrait fountain (Fat chance Bruce Nauman), instalada em 2017 no jardim das Águas do Porto, Julião Sarmento está de regresso a esta cidade, desta feita com uma selecção de filmes, para abrir, o programa do Curso de Verão da Escola das Artes da Universidade Católica (UC).

Com curadoria de Nuno Crespo, director desta escola (e também crítico do PÚBLICO), Julião Sarmento. Film Works reúne a partir desta terça-feira uma dezena de obras realizadas entre 1975 (1,2,3) e 2015 (O Fim do Mundo). São trabalhos em diferentes formatos, que constituem uma espécie de puzzle de referências teóricas, literárias e cinematográficas e de reflexões sobre o quotidiano. “A concentração destes trabalhos nesta exposição individual permite olhar a obra de Julião Sarmento a partir de uma série de obsessões, como a repetição enquanto modo de desconstruir a normalização das imagens e a reflexão sobre o lugar da linguagem e das suas convenções”, escreve o curador no programa de apresentação da segunda edição da Porto Summer School on Art & Cinema.

Além de estar presente na inauguração desta terça-feira à tarde (19h30), na Escola de Artes da UC, Julião Sarmento encontrar-se-á no dia a seguir à conversa com o curador Guilherme Blanc e com outro convidado do curso deste ano, o cineasta canadiano Atom Egoyan, que, nesta primeira visita ao Porto, vem mostrar um dos seus filmes, O Futuro Radioso (1997), mas também dirigir uma masterclass na escola. “Na face da tragédia, somos testados pela nossa bravura e pela fé. Esta é a história de uma jovem mulher de grande coragem. Ela é confrontada por um homem com todas as respostas, mas sem questões suficientes. É uma história sobre a recuperação de feridas profundas na alma, e as escolhas morais que têm de ser tomadas no processo de cura”, disse Atom Egoyan sobre este seu filme protagonizado por Ian Holm, que será exibido no Teatro Rivoli (21h30).

Outro filme, de outra referência do cinema contemporâneo, Todd Solondz, A Vida em Tempo de Guerra (2009), que em Portugal foi distribuído directamente para o mercado DVD, será exibido na sexta-feira no Cinema Passos Manuel (21h30) – numa parceria com o Curtas Vila do Conde (onde o realizador norte-americano mostrará uma selecção de filmes e dirigirá também uma masterclass). A Vida em Tempo de Guerra encena a difícil relação de membros de uma família, amigos e amantes num mundo destruído. No final da sessão no Passos Manuel, o realizador participa numa conversa na companhia do crítico e programador do Porto/Post/Doc Daniel Ribas.

O programa do segundo Curso de Verão da Escola das Artes da UC conta ainda, no dia 4, na Casa das Artes (21h30), com o programa Admirável Mundo Novo, uma selecção de curtas-metragens da brasileira Ana Vaz, realizadas entre 2013 (A Idade da Pedra) e 2018 (Atomic Garden), retratando a relação do seu país com os povos indígenas. No final, a cineasta conversa com o crítico espanhol Carles Guerra.

O curso fecha no dia 7, no Auditório de Serralves (21h30), com a exibição de trabalhos recentes, em 16 mm, da dupla João Maria Gusmão-Pedro Paiva. No final, os dois artistas ficam à conversa com Nuno Crespo e com os professores germânicos da UC Sabeth Buchmann e Rainer Bellenbaum.

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