“Os Verdes” querem medidas para travar poluição em rios da Guarda

Partido ecologista questionou o Governo sobre os elevados níveis de poluição a que estão expostos o rio Noéme e o Diz devido a efluentes vindos de uma empresa têxtil.

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MIGUEL MANSO / ARQUIVO

O partido “Os Verdes” afirma que os rios Noéme e Diz, no concelho da Guarda, estão expostos a “elevados níveis de poluição” e quer saber que medidas o Governo vai adoptar para resolver o problema.

O deputado José Luís Ferreira questionou o Governo sobre os “elevados níveis de poluição a que estão expostos o rio Noéme e o Diz, no concelho da Guarda, devido a efluentes provindos de uma empresa têxtil, sem que sejam tomadas medidas que efectivamente resolvam este atentado ambiental”, anunciou o partido, numa nota enviada este sábado à agência Lusa.

Além das medidas que “vão ser tomadas para efectivamente resolver o problema de poluição” nos dois rios, o deputado também pergunta ao Ministério do Ambiente e da Transição Energética “quantas autos já foram emitidos e dirigidos à Câmara Municipal da Guarda e à empresa têxtil, bem como os respectivos valores das coimas”.

Já em 2011 o Partido Ecologista “Os Verdes” tinha interpelado o Governo sobre este assunto, recorda José Luís Ferreira, indicando que, então, “foi referido que a autarquia estava a diligenciar no sentido de conduzir estes efluentes para a ETAR [estação de tratamento de águas residuais] de São Miguel, da responsabilidade da actual empresa Águas do Vale do Tejo”.

Em 2013, igualmente na sequência de outro requerimento do partido, “tendo em conta a persistência das descargas”, a tutela respondeu que a Câmara da Guarda “já tinha construído uma estação elevatória na Granja, tendo até já sido feitos testes ao seu equipamento”.

Nessa ocasião, ainda de acordo com a pergunta feita agora pelo deputado José Luís Ferreira, a tutela adiantou que “a ETAR de São Miguel não estava a receber os efluentes porque ainda não estava dotada do equipamento de medição e controlo previsto no acordo entre a empresa gestora da infra-estrutura e a autarquia”.

A referida ETAR, “como está preparada para tratar efluentes domésticos, só passaria a receber os efluentes industriais a partir do momento em que a empresa têxtil conseguisse assegurar a adequação do pré-tratamento das águas residuais aos parâmetros de quantidade e qualidade em conformidade com o tipo de tratamento praticado na ETAR de São Miguel”.

Em Maio deste ano, contudo, “Os Verdes” constataram que “persistem as descargas de águas residuais”.

A situação está a “colocar em causa a saúde pública e a sustentabilidade do ecossistema”, alerta o deputado, defendendo que é “urgente definir medidas prioritárias”.

Está, actualmente, “a ser realizada uma outra intervenção nas margens do rio” para “implementar os “Trilhos do Noéme” e impõe-se resolver “primeiro este problema ambiental” deste rio e do Diz”, sustenta José Luís Ferreira.

“Por que motivo continuam a verificar-se descargas, cada vez mais graves no rio Diz, e consequentemente no rio Noéme?”, questionam ainda “Os Verdes”, que também querem saber se “a ETAR de São Miguel está ou não em condições de receber efluentes industriais” e se “os efluentes resultantes da laboração da unidade têxtil estão ou não a ser tratados”, cumprindo ou não “os parâmetros exigidos pela Águas do Vale do Tejo”.

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