Museu do Chiado vai depositar obras no Museu Nadir Afonso de Chaves

Ministério da Cultura e câmara de Chaves assinam protocolo para a realização de exposições. Número de obras em depósito será conhecido no final de 2020.

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Graça Fonseca como o presidente da câmara de Chaves na exposição de Helena Almeida com obras de Serralves LUSA/Pedro Sarmento Costa

Uma colaboração entre o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa, e o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves, permite cumprir a “função natural” de a arte ser exibida no interior do país, disse no sábado a ministra da Cultura nesta cidade de Trás-os-Montes, citada pela Lusa​. Segundo um comunicado do Ministério da Cultura, esta colaboração é estabelecida através de um protocolo assinado entre a Direcção-Geral do Património Cultural, a Direcção Regional de Cultura do Norte e o município de Chaves que prevê a exposição permanente de obras do acervo do Chiado no extremo norte de Portugal.

O gabinete da ministra disse ao PÚBLICO que ainda não é possível prever o número de obras do Chiado que ficarão em depósito em Chaves. 

Este ano, até ao final de Novembro, deverá ser realizada uma exposição temporária com obras do MNAC dos anos 40 e 50, em diálogo com o trabalho de Nadir Afonso, com curadoria a anunciar, esclareceu o PÚBLICO. Já em 2020 está prevista a realização de uma exposição sobre a obra da pintora Sarah Affonso, com obras também do Chiado, que em Setembro vai inaugurar uma grande exposição dedicada à artista modernista.

Até ao final do terceiro trimestre de 2020, o MNAC deverá identificar obras nas suas reservas que possam ser expostas em permanência no Museu Nadir Afonso, “bem como a definição das condições técnicas para o efeito e celebração do respectivo protocolo de depósito”, afirma o comunicado do ministério. 

“Há museus que têm muito acervo que não está a ser exibido e assim cumpre-se a função natural de permitir que mais pessoas tenham acesso a elas [obras de arte], ao invés de estarem numa cave”, destacou Graça Fonseca, citada pela Lusa. O comunicado diz ainda que o protocolo tem como objectivo a “captação e atracção de mais visitantes para os equipamentos culturais do interior do país”. 

Para Graça Fonseca, que destacou também a “obra de arte” que é o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, obra do arquitecto Álvaro Siza, as obras que estão actualmente fechadas “são para ser vistas, conhecidas, investigadas e trabalhadas com as escolas, através de projectos educativos”. A governante acrescentou, segundo a Lusa, que tem sido “uma batalha” do Ministério da Cultura colocar obras de arte que actualmente não estão expostas ao público em paredes e edifícios fora de Lisboa.

Também o presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, se congratulou com o protocolo estabelecido com o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado por “melhorar o acesso à arte” no interior do país. “Esta iniciativa permite que mais pessoas tenham acesso à cultura e isso só é feito com mais proximidade”, vincou. O autarca eleito pelo PS lembrou ainda que este espaço em Chaves pode ser “uma porta de entrada para o mundo cultural da arte contemporânea”, pela proximidade com Espanha.

A ministra da Cultura visitou a exposição Helena Almeida, Habitar a Obra, Colecção de Serralves, resultado de um protocolo assinado entre a câmara e a fundação de Serralves em 2017. O protocolo, com uma duração prevista de quatro anos, representou um investimento de 100 mil euros da câmara de Chaves e foi assinado pelo anterior presidente da câmara, António Cabeleira (PSD). 

Em Abril, o ministério anunciou que o Museu do Chiado vai ter também um espaço expositivo na Golegã (Santarém), no Palácio do Pelourinho, prevendo-se que seja para aí transferido o espólio do pintor Veloso Salgado. Nessa altura, a secretária de Estado da Cultura adiantou que “há mais projectos” que estão a ser pensados, nomeadamente para a zona do Alentejo, onde poderá vir a ser instalado outro pólo do Museu do Chiado.

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