Estados Unidos afastam anfitriã França do Mundial feminino

Norte-americanas bateram gaulesas por 2-1, com bis de Megan Rapinoe. Segue-se a Inglaterra nas meias-finais.

Fotogaleria
Megan Rapinoe criticou Trump na quinta-feira e no dia seguinte marcou dois golos para os EUA Reuters/BENOIT TESSIER
Fotogaleria
Reuters/BENOIT TESSIER
Fotogaleria
Reuters/BENOIT TESSIER
Fotogaleria
Reuters/LUCY NICHOLSON
Fotogaleria
Reuters/BENOIT TESSIER
Futebol
Fotogaleria
Reuters/LUCY NICHOLSON
Fotogaleria
Reuters/BENOIT TESSIER

A selecção feminina dos Estados Unidos apurou-se esta sexta-feira para as meias-finais do Campeonato do Mundo após derrotar a França por 2-1, no Parque dos Príncipes, em Paris. A capitã Megan Rapione fez os dois golos das norte-americanas. As campeãs em título marcam encontro com a Inglaterra na próxima fase, outra candidata à vitória na competição, que eliminou a Noruega.

A média de 33 anos que joga nos Seattle Reign abriu o marcador bem cedo, aos 4’, de livre directo e aumentou a vantagem americana no segundo tempo, aos 65’. A França reduziu o marcador a dez minutos do fim, com um cabeceamento da central Wendie Renard após um canto, e tentou procurar o empate e consequente prolongamento sem sucesso.

Megan Rapinoe, que já tinha feito, de grande penalidade, os dois golos da vitória sobre a Espanha (2-1) nos oitavos-de-final, igualou a compatriota Alex Morgan no topo da lista de marcadoras do Mundial, com cinco tentos. A selecção dos Estados Unidos continua a ultrapassar adversárias de maior dificuldade depois de ter iniciado este Mundial com uma vitória volumosa por 13-0.

Os quartos-de-final do Mundial de futebol feminino prosseguem, com mais dois semifinalistas por determinar. Enquanto o encontro entre Inglaterra e EUA já está definido, resta saber os resultados dos duelos entre Itália e Holanda (14h, RTP Play) e Alemanha e Suécia (17h30, RTP Play).

Megan não vai à “merda da Casa Branca"

Megan Rapinoe marca dois golos um dia depois de ter confirmado que não vai visitar a Casa Branca após o torneio devido às divergências com o presidente Donald Trump. “Eu mantenho os meus comentários sobre não ir à Casa Branca”, declarou a atacante norte-americana no arranque da conferência de imprensa deste jogo com a França que terminou em vitória.

E acrescentou: “Eu acho que não vou e encorajo as minhas companheiras a reflectirem sobre isto. É uma administração que não pensa como nós e que não se bate pelas mesmas coisas pelas quais nós nos batemos”.

A polémica entre Rapinoe e Trump estalou na terça-feira, dia em que foi divulgado um vídeo pela revista Eight by Eight - que terá sido gravado há vários meses - no qual a capitã norte-americana afirmou que não tem intenção de visitar a “merda da Casa Branca”, caso seja convidada, e considerando mesmo que a equipa feminina não vai ser convidada por Trump.

“Megan nunca deve desrespeitar o nosso país, a Casa Branca e a nossa bandeira”, reagiu na quarta-feira o líder dos EUA através da rede social Twitter, depois de já ter criticado Megan Rapinoe durante uma entrevista ao jornal The Hill pela sua atitude de protesto enquanto toca o hino nacional norte-americano antes dos jogos do Mundial (a jogadora não canta, nem coloca a mão no peito).

Trump assegurou já, também via Twitter, que vai convidar a selecção feminina para visitar a Casa Branca em caso de vitória, ou não, na competição.

Mas Rapinoe, que é assumidamente homossexual, não desarma e, mesmo pedindo desculpa por ter utilizado uma linguagem menos própria na adjectivação que fez à Casa Branca, mantém a sua posição de recusar qualquer convite da Administração Trump.

De resto, a sua posição contra as políticas de Trump, sobretudo, no que toca aos direitos das minorias - como a comunidade homossexual, os cidadãos de raça negra e os emigrantes - já vem de trás, quando, em 2016, se solidarizou com o antigo jogador de futebol americano Colin Kaepernick, dos San Francisco 49ers, que iniciou um protesto contra a injustiça social e racial nos EUA, recusando-se a permanecer de pé enquanto tocava o hino dos EUA, uma atitude que Megan seguiu.

Sugerir correcção
Comentar