Délio Jasse revela-nos a vida feliz dos portugueses em África sem africanos

A partir de um espólio de imagens anónimas dos tempos do colonialismo, Délio Jasse mostra como os portugueses viviam numa bolha social e como se retratavam em regime de quase exclusividade, obliterando outros, moçambicanos e angolanos.

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A tentação de partida pode ser a de jogar ao gato e ao rato. A de tentar descobrir nas imagens a presença de uma ausência que Délio Jasse procurou demonstrar — a ausência é a dos negros na fábrica de produção de imagens em que, entre tantas outras coisas, se transformou a temporada colonial dos portugueses em África. Na verdade, sendo esse um dos pontos de partida para uma reflexão sobre um modo de estar sobranceiro num espaço “emprestado” e num tempo que já trazia agarrado os gritos de “liberdade” e “independência”, o ensaio do artista angolano (The Other Chapter/Nova Lisboa), um dos escolhidos pela comissária Susan Bright para a secção oficial do PHotoEspaña deste ano, posiciona-se mais como uma reflexão sobre a identidade: dos indivíduos, da história, da memória e do arquivo como um todo (Bright).

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