PS propõe início do encerramento das centrais de Sines e do Pego em 2023

Aposta na energia eólica e marítima é a proposta do PS para combater as alterações climáticas e promover a eficiência energética.

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Daniel Rocha

O projecto de programa eleitoral do PS, no capítulo sobre combate às alterações climáticas, prevê “o fecho ou a conversão das centrais termoeléctricas de Sines e do Pego entre 2025 e 2030”, considerando “desejável antecipar o início do processo de encerramento para o final da legislatura, ou seja, 2023”, adiantou ao PÚBLICO o coordenador do documento, João Tiago Silveira, responsável pelo gabinete de estudos do partido.

Esta medida destina-se a “preparar o fim da produção de energia eléctrica a partir do carvão”, acrescentou, frisando que este segundo capítulo entra agora em debate público e o PS “conta com contributos” dos cidadãos para a sua afinação final.

“O PS continua a aposta na utilização e desenvolvimento das energias limpas como meio de transição para novo paradigma da economia e também por causa da importação de petróleo que pesa na balança”, salientou João Tiago Silveira. Lembrou mesmo que, “segundo os dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, no primeiro semestre de 2018, as renováveis eram 61% do total de produção eléctrica em Portugal continental”, para concluir: “Há poucos países que conseguem mais de metade da sua produção energética limpa.”

Outra medida ao nível da aposta nas renováveis é “aumentar a capacidade de produção de energia solar em dois gigawatts, continuando os leilões para novas centrais solares fotovoltaicas [painéis solares]”.

O reforço da “capacidade de produção de energia nos parques eólicos que existem, com o seu sobreequipamento”, é outra medida, que será concretizada “instalando mais torres e fazendo o repowering, ou seja, modernizando o equipamento tecnológico que existe”, afirma João Tiago Silveira.

A aposta “na produção de energia renovável em áreas pouco desenvolvidas como as renováveis offshore, ou seja, no mar”, é também defendida pelo PS no projecto de programa.

Abate de equipamentos

Outra área em que os socialistas apostam é a da eficiência energética. Neste domínio propõem “lançar um programa de abate de electrodomésticos e outro equipamento electrónico com classificação igual ou inferior a B”, explica João Tiago Silveira. Mas também é proposto o “desenvolvimento de um programa de energia solar em edifícios, para autoconsumo dos moradores e produção descentralizada com que os particulares podem alimentar a rede nacional”.

Ao nível do Estado, o PS propõe “usar a contratação pública como meio para ter mais eficácia energética, este passará a ser um critério nos processos de adjudicações públicos”, sublinha João Tiago Silveira, assim como adoptar “estratégias para dinamizar a eficiência no sector público, com contratos com empresas especializadas em concepção de eficácia energética, em que as empresas são remuneradas com parte das poupanças que conseguem obter para o Estado”.

Serão também feitas “parcerias entre o Estado central e os municípios para reconverter a iluminação pública, por exemplo, em LED” e está prevista a “criação de um superfundo para a eficácia energética que agregará os três actuais fundos: fundo da eficiência energética, fundo da sustentabilidade sistémica do energético e plano de promoção da eficiência no consumo de energia eléctrica”, salienta João Tiago Silveira.

Há uma semana o PS colocou no seu site o projecto de programa eleitoral sobre desigualdades para discussão pública, agora é a vez de divulgar o projecto de programa sobre combate às alterações climáticas, cuja convenção temática se realizou em Faro, no passado sábado.

Segue-se o tema da demografia, que será debatido em Beja, no sábado. A última convenção temática aborda a transição para a sociedade digital e decorre a 6 de Julho, em Braga. A 20 de Julho na Convenção Nacional é aprovada a versão final do programa que será divulgada a 24 de Julho.

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