Viseu vai ser um “caleidoscópio de arte” durante uma semana

Mescla é o nome do novo festival que o município de Viseu propõe para dar as boas-vindas ao Verão. A programação anunciada prevê um grande destaque para os artistas naturais da cidade, assim como uma grande variedade de propostas. De 1 a 7 de Julho.

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Na primeira semana de Julho — de 1 a 7 —, Viseu vai transformar-se num “caleidoscópio de dinâmicas artísticas e criativas”, uma nova experiência cultural que promete “marcar e acelerar o ritmo”. Trata-se do Mescla, um festival onde os artistas locais e as suas muitas formas de arte vão ocupar pontos centrais da cidade. No ecléctico programa do evento, há lugar para esculturas de luz, instalações sonoras, música, teatro, circo contemporâneo, poesia, fotografia, cinema e oficinas, num total de 200 iniciativas.

O evento nasce da necessidade e vontade da autarquia de Viseu em “abrir o Verão com um festival de rua que convidasse residentes e visitantes a viver o centro histórico, ao mesmo tempo que se celebrasse o património e a qualidade de vida” das terras de Viriato —​ um lugar na programação da cidade que ficou vago com o fim dos Jardins Efémeros.

Jorge Sobrado, vereador da Cultura de Viseu, destaca, a propósito das motivações que estiveram na base da formulação do evento, “o especial momento de efervescência criativa” que a cidade vive. Daí que o Mescla seja “um grande ecrã e mostra” dessa dinâmica. É por isso que o Mescla “já existia antes de ter nascido”.

As actividades do festival, organizado pela autarquia, vão dispersar-se por vários espaços, 20 concretamente, tais como a praça D. Duarte, o Adro da Sé, a Fonte das Três Bicas. Os museus municipais também farão parte do roteiro do evento, como é o caso do Museu Almeida Moreira que vai acolher uma exposição centrada em guias de viagens internacionais, publicados entre 1820 e 1974, que falam sobre a cidade.

É a partir daqui que se desenvolve outra actividade do festival, desta feita com uma forte componente pedagógica: “O Outro Marco Polo, que viajou — talvez — com Fernão de Magalhães”. Este projecto-piloto visa promover e potenciar “a escrita de viagens e aventura”, através de histórias imaginárias e imaginadas pelos alunos do 4.º ano das escolas de Viseu que vão resultar num livro.

O pontapé de saída do festival é dado com música, cortesia dos Viseu Big Band, um colectivo que teve origem do decorrer das últimas quatro edições do Festival de Jazz de Viseu. Nos dias que se seguem, as propostas musicais passam pelos Fogo Fogo, Surma, Marta Ren & Grovevelvet, Moullinex, Noiserv e Sr. Jorge.

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No que a arte diz respeito, os visienses vão poder encontrar, no largo de São Teotónio, a pequena caravana “Penélope”, nada mais, nada menos do que a casa do Teatro Mais Pequeno do Mundo, um “projecto artístico multidisciplinar”. Durante a semana de exibição, 12 intérpretes darão vida ao espectáculo Debaixo do Capuz. A peça questiona conceitos como a felicidade, a verdade, a justiça e a moral no mundo moderno.

A componente ambiental não foi esquecida — e é mesmo uma “marca” da organização do evento, já que, ao longo do mesmo, todos os bares e cafetarias da cidade vão vender bebidas em copos reutilizáveis, à semelhança do que tem acontecido em outros eventos a nível nacional. Segundo dados disponibilizados pela autarquia, “anualmente são desperdiçados mais de três milhões de copos descartáveis no Centro Histórico de Viseu”. Para Jorge Sobrado, trata-se de uma medida que é uma “prática ambiental voluntária para a qual todos os comerciantes se mostraram disponíveis”. O objectivo é que Viseu não fique no fim da lista de cidades com políticas sustentáveis.

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