Onda de calor: “pior incêndio dos últimos 20 anos” em Tarragona e França em alerta vermelho

Várias localidades rurais na província catalã tiveram de ser evacuadas devido ao fogo e ao fumo intenso. Alerta de emergência no nível máximo activo em França pela primeira vez desde 2003.

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O incêndio de grandes proporções que deflagrou na quarta-feira na Catalunha, Espanha, está descontrolado, numa altura de grande onda de calor na Europa. Mais de seis mil hectares já arderam em Tarragona e o ministro Interior espanhol, Miquel Buch, disse que é um acontecimento nunca visto nos últimos 20 anos.

De acordo com o jornal El País, as autoridades temem que o fogo possa consumir vinte mil hectares de floresta na Catalunha, que tem sentido e vai continuar a registar nos próximos dias temperaturas superiores a 35 graus e um baixo nível de humidade. O mesmo jornal adianta que pelo menos 50 pessoas foram retiradas de suas casas, situadas em zonas rurais e isoladas, há cinco estradas cortadas ao trânsito e centenas de animais mortos devido às chamas e ao fumo.

A causa do incêndio está a ser associado a um aglomerado de estrume numa propriedade em Torre de L'Espanyol que, exposto ao ar livre, começou a fermentar e entrou e combustão devido ao calor intenso. O inspector-chefe do Departamento da Agricultura espanhol, Josep Antoni Mur, assegurou que a exploração agrícola cumpre as normas de segurança e higiene, mas lamentou a “acumulação excessiva” do estrume.

“O fogo está activo e não está controlado nem estabilizado”, disse o chefe do corpo operacional de bombeiros na região de Tarragona, Antonio Ramos. “A prioridade é a zona sul [Torre de L'Espanyol], porque é a zona mais crítica. É uma área muito irregular, o que dificulta a deslocação dos veículos e a movimentação rápida das equipas”, disse, acrescentando que a agravar as condições surgiram as fortes rajadas de vento. 

O Governo da Catalunha accionou o nível máximo de emergência em 80 municípios de Lleida e 40 autarquias de Tarragona, o que obriga à suspensão de actividades agendadas na região, permite a chamada de mais meios de combate aos fogos e proíbe o acesso a zonas montanhosas.

Há mais de 500 bombeiros e militares na operação, apoiados por, pelo menos, 15 aeronaves e 90 veículos de grande porte.

França em alerta vermelho pela primeira vez

Em França, o serviço meteorológico Méteo France​ activou esta quinta-feira pela primeira vez o alerta de calor extremo, com quatro regiões no Sul postos no nível vermelho de vigilância devido às previsões de temperaturas de 42 a 45 graus nos próximos dias.

Criado a seguir à vaga de calor de 2003 e nunca antes activado, o alerta está em vigor até à tarde de sexta-feira em quatro regiões: Bouches-du-Rhône, Gard, Hérault e Vaucluse.

Este serviço estima que as temperaturas possam atingir os 45 graus nessas regiões, e alerta que o calor extremo será “intenso”, podendo afectar toda a população e não apenas as pessoas consideradas mais vulneráveis.

“Cada um de nós está ameaçado, mesmo as pessoas que estão de boa saúde” refere o site do organismo de metereologia francês, embora o perigo seja “maior para os idosos, pessoas com doenças crónicas ou doenças mentais, pessoas que tomam regularmente medicamentos e pessoas isoladas”.

Esta vaga de calor fez com que a circulação diferenciada fosse activada em grandes cidades como Paris, onde apenas circulem carros com matrículas recentes e menos poluentes. Segundo a Reuters, a capital francesa já afastou das principais ruas mais de 60% dos automóveis considerados mais prejudiciais para a qualidade do ar.

Os automóveis permitidos são: eléctricos, híbridos, veículos a gasolina registados desde Janeiro de 2006 e a gasóleo a partir de Janeiro 2021. Os condutores que não tenham estas viaturas e queiram guiar no centro da cidade têm de pagar uma taxa que ronda entre os 60 e 140 euros.

Devido ao calor, os comboios franceses estão a aceitar cancelamentos de reservas e mudanças de bilhetes sem prejuízo para os utentes. 

Os conselhos sobre o aumento de água e outros cuidados estão a ser difundidos pelos meios de comunicação e nos transportes.

Algumas cidades, um pouco por todo o país, decidiram fechar as escolas durante esta quinta e sexta-feira devido ao calor extremo. com Lusa

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