Rui Moreira diz que culpa do atraso de nova ponte sobre o Douro é da Agência do Ambiente

Em causa está a altura do tabuleiro da nova estrutura, disse o autarca em Assembleia Municipal, que discutiu a situação de Paula Gonçalves, ex-reclusa que foi despejada do bairro do Lagarteiro.

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LUSA/MANUEl fernando Araújo

A nova ponte que ligará as margens de Vila Nova de Gaia e do Porto ainda não avançou por culpa da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Quem o diz é Rui Moreira, que, em Assembleia Municipal desta terça-feira à noite, em resposta a questão levantada pela bancada do PS, ilibou as duas autarquias vizinhas de qualquer responsabilidade.

Em causa, disse, está a altura do tabuleiro da futura ponte D. António Francisco dos Santos. Se inicialmente parecia não existir nenhum problema, mais tarde, a APA terá contestado a forma como será construída.

A ponte não pode ser edificada acima da cota do tabuleiro inferior da ponte Luiz I. Será assim para que a nova construção não seja afectada por eventuais cheias. Este é o argumento que Rui Moreira afirma ter sido apresentado pela APA. Ainda que diga não entender a justificação apresentada, já que a ponte mais antiga não representa um problema, adianta que do lado do Porto seria fácil resolver o problema. Já no concelho vizinho considera não ser assim tão simples.

“Do nosso lado é só altear. Do lado de Gaia a ponte nunca mais acabaria”, afirma, fazendo referência às diferenças de morfologia dos acessos entre as duas margens da futura estrutura que ligará Oliveira do Douro, em Gaia, à freguesia de Campanhã.

“Complexo da Arca de Noé”, foi assim que o autarca portuense descreveu os receios da APA, que diz estar convicta de que ali “haverá um dilúvio”. O custo estimado da ponte anunciada pelas duas autarquias em Abril do ano passado está estimado em cerca de 12 milhões de euros a serem pagos pelos dois municípios. Com os ajustes ao que estava inicialmente projectado o valor poderá aumentar. “Um país pobre com vícios de país rico”, ironizou Moreira, que adiantou estar a ser programada uma reunião entre as duas autarquias.

Ainda não há data para projecto de reinserção de reclusos

Na mesma noite, o deputado da CDU, Rui Sá, questionou o executivo relativamente ao programa de reinserção de reclusos aprovado pela câmara em Fevereiro deste ano, na sequência do caso de despejo de Paula Gonçalves do bairro do Lagarteiro. A ex-reclusa continua a viver de favor “numa marquise”, na casa de uns amigos, com os dois filhos. O deputado comunista recordou esta situação que se “arrasta há quatro meses”, referindo-a como exemplo de um “falhanço para uma reabilitação plena”.

Rui Moreira diz que o programa Apoiar para (Re)Inserir vai avançar, mas no tempo certo, quando existirem condições para o fazer. Porém, sublinha que “não é por existir um caso que se vão queimar etapas”.

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