Cartas ao director

Prédio do Coutinho

É da época em que Portugal viveu a “bebedeira” dos fundos comunitários, com a União Europeia a aconselhar os governos a gastarem o que tinham e não tinham para disfarçar os efeitos da crise financeira que espreitava, a decisão de demolir o prédio do Coutinho em Viana do Castelo, que seria acompanhado pela demolição das torres em Ofir. Sobre estas não tem havido notícias, talvez que o bom senso tenha predominado sobre as tontices que na capital do distrito se mantêm.

Este dramático episódio é tão estranho que leva a pensar: o que aconteceu à inteligência dos vianenses que não se indignam com o despautério que lhes bateu à porta e lhes consumirá milhões de euros do orçamento municipal que poderiam e deveriam ser encaminhados para outras iniciativas de interesse efectivo para a qualidade das suas vidas? Enfim, parece que iremos mesmo assistir ao desastre para gáudio de uns poucos e tristeza de muitos outros, a começar por quem hipotecou as economias de uma longa vida de trabalho, para agora ser posto na rua de qualquer maneira.

Confrontados com a passividade dos governantes, resta-nos apelar ao PAN para, na proposta que esperam ver aprovada na Assembleia da República impedindo as corridas de cães, incluam a proibição, também, dos proprietários do Prédio do Coutinho serem corridos do que é seu.

A. Álvaro de Sousa, Valongo

Urgências obstétricas

Em Portugal, é costume os médicos mandarem todas as grávidas nas semanas finais da gestação para as urgências de obstetrícia, para a realização de exame de cardiotocografia (CTG) de rotina. Notem: eu disse todas as grávidas. Eu disse urgência e rotina na mesma frase. O CTG anteparto de rotina não está previsto no Programa Nacional de Vigilância do Pré-natal, nem é recomendado pela literatura internacional. Além do CTG, também é costume fazer-se, rotineiramente, exame de toque na gestante. O exame de toque, além de desnecessário no pré-natal, é doloroso e constrangedor. Não raro, no momento do toque, o profissional faz o descolamento das membranas da bolsa das águas, a fim de acelerar a entrada da mulher em trabalho de parto. Fazem isso sem necessidade, sem solicitar consentimento à mulher, e sem ao menos explicar o procedimento, somente avisando que farão o “toque maldoso”. No momento em que se discute em Portugal o fechamento em rodízio de urgências obstétricas no verão, convinha que se discutissem os procedimentos desnecessários e desrespeitosos a que se submetem as mulheres nestas unidades.

Luciana Dias, Setúbal 

Onde está a verdade?

As taxas moderadoras acabam ou não? É certo quer o custo de tal medida é elevado mas também é certo que o PS votou a favor na AR. Então como é: votam a favor e depois o governo vem dizer que não? Entendem-se dentro do PS ou não? O grupo parlamentar vota contra as ideias do partido ou é o partido que manda agir assim para enganar os portugueses? Sinceramente não entendo.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

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