CAN, um sonho de Verão para Salah e Mané

Liderados pelas duas “estrelas” do Liverpool, o Egipto, que joga em casa, e o Senegal, são os maiores favoritos na Taça das Nações Africanas, que começa hoje.

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Reuters/AMR ABDALLAH DALSH

O Verão passado não correu nada bem ao futebol africano. Nenhuma das cinco selecções africanas presentes no Mundial passou da fase de grupos, com números globais que foram um desconsolo: três vitórias, dois empates e dez derrotas. O Verão presente será, por isso, uma oportunidade para o futebol do continente se reafirmar perante o mundo. Pela primeira vez disputada no Verão em vez de ser a meio da temporada, a Taça das Nações Africanas, que se inicia nesta sexta-feira no Egipto, promete ser a plataforma que o Mundial não foi para jogadores como Mohamed Salah ou Sadio Mané, dois companheiros no ataque do Liverpool campeão europeu que, durante três semanas, serão rivais.

Salah e Mané são as “estrelas” de grandeza maior nesta CAN 2019 que passou a 24 selecções participantes e cuja organização foi atribuída à última hora ao Egipto, em substituição dos Camarões. Egipto e Senegal são os maiores favoritos à conquista do troféu que está na posse da selecção camaronesa, um surpreendente campeão em 2017 numa final contra os egípcios. Há uma enorme pressão para Salah e companhia reforçarem o estatuto de dominador da CAN (sete títulos, dois deles conquistados em casa), mas o Senegal tem tudo para estragar a festa dos faraós e quebrar a sua própria maldição no torneio – nunca ganhou.

Nem só de Senegal e Egipto se faz esta edição alargada da CAN que tem três estreantes (Madagáscar, Burundi e Mauritânia). A Costa do Marfim, por exemplo, parece ter finalmente um avançado à altura de substituir o lendário Didier Drogba - chama-se Nicolas Pépé e teve uma extraordinária campanha ao serviço do vice-campeão francês, o Lille. Marrocos, por seu lado, conta com outra “estrela” em plena afirmação no futebol europeu, Ziyech, médio-ofensivo do Ajax, para além de ter no banco um especialista da CAN, o francês Hervé Renard, que ganhou duas vezes o torneio com duas selecções diferentes – Zâmbia em 2012 e Costa do Marfim em 2015.

O futebol português está bem representado no torneio graças à presença de duas selecções da África lusófona, Angola e Guiné Bissau. Os Palancas Negras voltam à CAN depois de terem falhado as duas últimas edições e estão integrados no Grupo E ao lado de Tunísia, Mali e Mauritânia. Seis dos 23 jogadores angolanos alinham em Portugal: Bruno Gaspar (Sporting), Buatu e Gelson Dala (Rio Ave), Mateus (Boavista), Evandro (Leixões) e Wilson Eduardo (Sp. Braga).

A participar na sua segunda CAN consecutiva, a Guiné Bissau está num difícil Grupo F com os Camarões, o Gana e o Benin, contando com 12 jogadores que alinharam no futebol português durante a última época, sete dos quais na I Liga: Nadjack (Rio Ave), Burá e Mama Baldé (Aves), Jaquité (Tondela), Mendy (V. Setúbal), Nanú (Marítimo) e Candé (Santa Clara).

Fora das selecções lusófonas, há representantes do campeonato português em quase todas as selecções: Ali Ghazal (Feirense/Egipto), Mbemba (FC Porto/Congo), Nduwarugira (Amora/Burundi), Halliche (Moreirense/Argélia), Brahimi (FC Porto/Argélia), Moussa Marega (FC Porto/Mali), Diaby (Sporting/Mali), Sacko (V. Guimarães/Mali) e Joel Tagueu (Marítimo/Camarões). Há ainda outros jogadores contratualmente ligados a clubes portugueses que passaram a época emprestados, como o egípcio Hassan (cedido pelo Sp. Braga ao Olympiakos) ou o central nigeriano Chidozie (emprestado pelo FC Porto ao Rizespor).

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