Tattva: festival indiano para pessoas “livres” e “sem máscaras” estreia-se em Portugal

Acontece duas vezes por ano em Nova Deli, na Índia, mas a vontade era trazê-lo para a Europa. Portugal foi o ponto de partida. De 21 a 24 de Junho, Enxara do Bispo, em Mafra, recebe sessões de arte, dança, meditação e actividades tradicionais indianas.

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Festival Tattva

Nasceu em 2011 como um espaço onde as pessoas pudessem “ser livres” e “sem máscaras”. Desde então, o festival Tattva ocupa duas vezes por ano Zorba the Buddha, uma eco-aldeia situada nos arredores verdes de Nova Deli, na Índia. Já soma 14 edições, com uma média de 150 participantes em cada uma, e agora estreia-se em Portugal em Enxara do Bispo, Mafra, de 21 a 24 de Junho – e traz a Índia às costas.

Música, dança, ioga, meditação, arte visual, workshops e actividades tradicionais indianas compõem o cabaz da edição portuguesa. Aberto a todas as idades, quer “dar à comunidade local uma experiência com base na espiritualidade”, tal como é feito na Índia, explica Samantha Wilson, uma das organizadoras e esposa de um dos fundadores, Chittaranjan Nayak. “É um local onde as pessoas podem estar dentro delas mesmas e reencontrar-se. Esta é a filosofia do festival”, acrescenta a jovem escocesa.

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Samantha Wilson com algumas crianças, numa das edições em Zorba The Buddha. Festival Tattva

A abrir as hostilidades há uma festa Holi, inspirada no festival das cores indiano. Entre vários concertos tradicionais da Índia, Samantha destaca a actuação de Nuno Patrício, percussionista português, que se apresentará como Winga Kan. O músico dedica-se ao estudo da música étnica conjugada com a cultura urbana. O segundo dia fica marcado pelo workshop de danças de Bollywood. No domingo é a vez da coreógrafa Pipaluk Supernova trazer uma nova experiência – dança na água, no lago natural do recinto do festival.

À espera de cerca de 50 pessoas na primeira edição portuguesa, o Tattva é um festival fechado: “As pessoas não podem entrar e sair para não quebrar o ambiente, para criar algo íntimo”, explica Samantha. Mas não só: fazer com que as pessoas se sintam “seguras” também é uma das razões pelas quais o festival se torna tão restrito.

Samantha e Chittaranjan conheceram-se numa das edições do festival, em 2016. Partiram depois para Portugal, juntos. “Como o festival é um sucesso na Índia”, a ideia sempre foi trazê-lo para a Europa. “Decidimos, então, que Lisboa seria o ponto de partida”, conta a artista. “Queríamos que este festival fosse para as pessoas da cidade, que normalmente vivem em mais stress.

Levaram-no para Enxara do Bispo, “a 20 minutos da cidade”, onde encontraram a “oportunidade ideal" para criar algo “indiano-tradicional” em terras portuguesas. “Eu conheço muito bem a cultura de Portugal e até tem muitas coisas parecidas com a Índia. As pessoas são muito carinhosas e mente aberta”, diz Samantha.

Os bilhetes, à venda no site do festival, estão disponíveis em diferentes modalidades. Para os quatro dias do festival, com acampamento ou quarto partilhado à escolha, os preços variam entre os 265 e os 315 euros. Para um só dia, o preço é de 70 euros. Há ainda a opção de ir só a determinados eventos, como o workshop de danças de Bollywood, que custa 25 euros, ou a festa Holi, a 45 euros. “Queremos muito que as pessoas venham experimentar”, conclui Samantha.

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