Biden já tem quase 20 milhões de dólares para a sua campanha à presidência

A divulgação do dinheiro angariado vai permitir perceber quem, entre os 20 candidatos do Partido Democrata, tem hipóteses de ir até ao fim e enfrentar Trump em 2020.

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Joe Biden numa angariação de fundos no Mississippi JORDAN GALE/Reuters

O candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos Joe Biden disse aos apoiantes que a sua campanha já recolheu verbas de 360 mil pessoas, com uma contribuição média de 55 dólares – números que sugerem que recolheu quase 20 milhões até agora.

Se assim for, as verbas angariadas pelo vice-presidente de Barack Obama eclipsarão as esperanças de qualquer candidato democrata à Casa Branca no primeiro trimestre do ano, incluindo as do senador Bernie Sanders, do Vermont, que relatou ter recolhido 18,2 milhões de dólares de 500 mil doadores. Sanders também anunciou outros 2,5 milhões de dólares em transferências de campanhas anteriores.

Não é claro se a campanha de Biden pretende revelar publicamente os seus números. Normalmente, as campanhas esperam até ao final do trimestre para anunciar a contagem das doações. Ainda faltam 12 dias no trimestre de recolha de fundos, que termina a 30 de Junho. A Comissão Federal Eleitoral tornará públicos os registos dos candidatos a 15 de Julho.

Os valores partilhados por Biden na noite de segunda-feira durante uma angariação em Manhattan dão um vislumbre inicial sobre as suas capacidades para se financiar, visto ter entrado na campanha a 25 de Abril, já depois do primeiro prazo de divulgação de angariação de fundos e mais tarde que muitos dos seus rivais.

A campanha de Biden anunciou ter recolhido 6,3 milhões de dólares nas primeiras 24 horas após entrar na corrida, o maior valor entre os candidatos. Os esforços de Biden foram impulsionados por um grande evento de recolha de fundos no primeiro dia de campanha, bem como por anúncios no Facebook com o objectivo de gerar doações no primeiro dia.

Biden partilhou os seus números actualizados nos comentários finais em Upper East Side, na casa de Jim Chanos, presidente e fundador da Kynikos Associates, uma conhecida firma de investimento de curto prazo.

Biden disse aos apoiantes que as suas contribuições lhe “permitem ser capaz de competir de uma forma” que nunca pensou ser possível. “Recolhemos uma grande quantidade de dinheiro”, disse. Acrescentou que os apoiantes estavam a apoiá-lo passando-lhe cheques e que isso significa que estão a dizer-lhe “Respeito esta pessoa, acho que esta pessoa vai fazer um bom trabalho”. Contactada, a sua campanha recusou fazer comentários.

A recolha de fundos no apartamento de luxo Chano teve cerca de 180 convidados, que socializaram, beberam vinho e conversaram num terraço ao ar livre.

Além de Biden e Sanders, espera-se que o presidente da câmara de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, e a senadora Kamala Harris, democrata da Califórnia, apresentem valores elevados no segundo trimestre – prazo importante que irá dar uma indicação sobre quais, entre os quase 20 candidatos democratas, ascenderão ao topo e quais estão rapidamente a gastar o dinheiro à medida que o recolhem.

Ao final da tarde de segunda-feira, outro dos rivais democratas de Biden, a senadora Elizabeth Warren, democrata do Massachusetts, teceu-lhe um aparente ataque ao escrever no Twitter: “Não gasto tempo em recolhas de fundos de luxo. Ao invés, gasto o meu tempo em encontros com eleitores e a agradecer aos doadores de base que dão o que podem. Doem três dólares à minha campanha e podem receber uma chamada minha a agradecer!”.

Com Michelle Ye Hee Lee

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

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