Do mundo para Gondomar: as marionetas estão de volta à margem do Douro

A distribuição do Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar pelas várias freguesias é uma das apostas da edição deste ano, prevista numa política de “descentralização”.

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Espectáculos, exposições, conversas e concertos: a quinta edição do EI! – Encontro Nacional de Marionetas de Gondomar —​ já tem datas e programação anunciadas. De 2 a 14 de Julho, os amantes desta arte poderão ocorrer ao concelho da margem do rio Douro, onde estarão presentes várias companhias nacionais especializadas nesta forma de teatro, mas também propostas internacionais provenientes de países como Espanha, Holanda, Brasil e Canadá. Do conjunto, destaca-se a estreia nacional de Violeta “Naifs”, uma peça dos brasileiros Daiane Baumgartner e João Sobral.

No entanto, não só de companhias e projectos profissionais se faz este encontro. No programa deste ano, e à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores, há também lugar para projectos comunitários desenvolvidos com associações do concelho, tais como o rancho folclórico de Zebreiros ou o centro social de Soutelo. Segundo Filipa Mesquita, membro da companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora — uma das entidades envolvidas na produção — e da produção, “esta é uma faceta fundamental do festival e uma das suas grandes premissas desde a primeira edição”.

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A colaboração entre a organização e associações não se deu unicamente nas vésperas do evento, mas terão nele o momento mais ansiado e esperado por todos: o da apresentação final ao público. “Já estamos a trabalhar neste encontro desde Novembro com os projectos comunitários e sociais que a companhia também tem vindo a desenvolver e que vão ter no EI um palco para a sua apresentação, assim como os projectos educativos”, acrescentou Clara Ribeiro, também membro da organização e da referida companhia. Não é por isso de estranhar que os números mais altos de espectadores desta edição do festival se registem durante os espectáculos com envolvimento comunitário, tal como aconteceu em edições anteriores, o que leva a organização a ter um maior cuidado na escolha dos anfiteatros escolhidos. “Os trabalhos com a comunidade provocam um grande impacto e quando estes são apresentados temos que ampliar a dimensão da própria sala onde se inserem”, remata Filipa Mesquita.

No que diz respeito à restante programação e ao público expectável, a organização prefere não avançar com números, optando por ressalvar a “excelente adesão” nas últimas edições do evento, o que pode ser motivado pela grande variedade de propostas apresentadas. Ao contrário do que se possa pensar, não só de propostas para os mais pequenos se compõe o programa do evento. Os adultos mais entendidos e especializados na arte das marionetas também podem encontrar no festival de Gondomar propostas à sua medida, já que ano após ano o EI cimenta a sua posição como um dos eventos de referência na área. Um dos exemplos no programa deste ano é a oficina dinamizada por Neville Tranter, considerado um dos melhores marionetistas do mundo, que à data do anúncio do programa já se encontrava esgotada.

Para que a quinta edição do Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar se torna-se uma realidade, foram necessários dois apoios financeiros essenciais. O primeiro e mais avultado partiu da Direcção Geral das Artes, com uma verbal de 20 mil euros, e o restante da autarquia, o que configurou um bolo total de 35 mil euros. Luís Araújo, vice-presidente da Câmara de Gondomar e responsável pelo pelouro da cultura, reconhece que este valor “podia ser maior” e que o “projecto merece muito mais atenção do que tem tido” devido à sua qualidade. Por isso, mas sem se querer comprometer-se, o governante deixou no ar a possibilidade de no próximo ano a autarquia se “empenhar com mais força” no projecto. Para já e com a edição deste ano ainda a ser preparada Luís Araújo não hesita em classificar o evento como uma “marca forte da cultura” do concelho.

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