EuPago aposta nos pagamentos por débito directo em concorrência com a banca

É a segunda fintech portuguesa a lançar serviço até agora exclusivo dos bancos. A EuPago quer chegar a empresas de menor dimensão.

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Gestão de pagamentos é cada vez mais tecnológica Rui Gaudenco

A EuPago, instituição de pagamento autorizada pelo Banco de Portugal, acaba de oferecer um serviço de cobranças por débito directo para empresas portuguesas, particularmente as de menor dimensão, que têm menos poder para negociar o custo destas operações com os bancos, que deixaram de ter o exclusivo deste negócio.

Trata-se da segunda fintech portuguesa - a primeira foi a Easypay - a entrar em concorrência directa com a banca tradicional, o que passou a ser possível com a transposição da directiva dos pagamentos, conhecida pela sigla inglesa DSP 2, uma parte da qual ainda está em fase de implementação.

“A EuPago quer massificar o serviço de débito directo”, disse ao PÚBICO José Veiga, co-CEO da empresa, que para isso vai apostar “em preços um pouco mais competitivos”. A redução do custo é um dos objectivos da DSP 2, alinhado com a inovação financeira, a eficiência, e a segurança nos serviços de pagamento.

A fintech, que já possui conta aberta no Banco de Espanha, está a entrar num segmento que, segundo o Relatório de Sistemas de Pagamento do Banco de Portugal, foi o segundo meio de pagamento mais utilizado em Portugal, logo a seguir aos cartões. Os débitos directos permitem uma melhor gestão de cobranças, evitando atrasos ou esquecimentos dos clientes.

“Os débitos directos deixaram de ser exclusivos dos bancos e até o recente sistema de pagamento de impostos usado pelo fisco já pode ser utilizado por qualquer profissional”, explica José Veiga, um dos fundadores da empresa, em comunicado divulgado esta segunda-feira. “Acredito que, dos dois milhões de transacções que estimamos (10% do nosso volume de pagamentos), 80% vão ser processadas pela primeira vez, o que traduz bem a importância desta medida”, acrescenta.

Criada em 2015, a EuPago é uma das novas instituições de pagamento acreditada e supervisionada pelo Banco de Portugal, especializada no apoio a pagamentos realizados pela internet com soluções que vão desde o ecommerce empresarial a vendas particulares nomeadamente, Payshop, Pagaqui, Paysafecard, MBway, Paysafecash e débito directo.

Em 2018, a tecnológica para a área financeira realizou mais de três milhões de transacções, correspondentes a 128 milhões de euros em volume transaccionado, com receitas para a empresa criada no Porto de 1,6 milhões de euros.

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