Ainda há casas sem telecomunicações

Ainda recentemente foi notícia o caso da aldeia de Marinha de Vale de Carvalho, no concelho da Sertã, sem telefone nem Internet desde Outubro de 2017.

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Paulo Pimenta

Das 500 mil pessoas que chegaram a ficar sem telecomunicações na sequência dos incêndios de 2017, a quase totalidade já viu os serviços repostos. Em resposta a um pedido de informação enviado pelo PÚBLICO, a Autoridade Nacional das Comunicações, (ANACOM) refere que os dados mais recentes, de Novembro de 2018, registam “a existência de 40 situações por resolver: 20 por recusa dos clientes em aceitar a solução proposta; 18 por não ter sido possível o contacto com os mesmo; e existiam dois casos em vias de resolução”.

A ANACOM refere também que a Altice foi o “operador com o maior número de clientes afectados e que demorou mais tempo a repor as ligações”, acrescentando que foi recebendo da empresa, “ao longo de vários meses, um ponto de situação semanal sobre a reposição das ligações”.

Na sequência dessas informações, a autoridade reguladora levou a cabo acções de fiscalização nos territórios afectados pelos incêndios e constatou “a existência de situações em que os clientes receberam cartas da Altice” a informar que “não seria possível repor os serviços nos termos inicialmente contratados”, mas também verificou situações em que “os clientes rejeitaram a proposta” da operadora, “de reposição do serviço fixo de telefone via satélite”.

Esse será o caso da aldeia de Marinha de Vale de Carvalho, no concelho da Sertã, sem telefone nem Internet desde Outubro de 2017. No passado mês de Maio, o presidente da Câmara Municipal da Sertã, José Farinha Nunes, contava à Agência Lusa que as cerca de 20 pessoas que ali vivem têm vindo a protestar junto da autarquia e da Junta de Freguesia do Troviscal. De acordo com o autarca, a solução proposta pela operadora para repor o serviço – comunicações por satélite – “não agradou à população”, uma vez que não possibilitava o acesso à Internet. 

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