Citemor de 2019 regressa ao fôlego do passado – com Rocío Molina e Rodrigo García

Festival de artes performativas de Montemor-o-Velho decorre entre 25 de Julho e 17 de Agosto, e também vai a Coimbra e à Figueira da Foz.

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Rodrigo García estreará no Citemor a sua primeira criação desde que deixou o Centro Dramático Nacional de Montpellier NELSON GARRIDO

A 41.ª edição do Citemor, o já histórico festival de artes performativas sediado em Montemor-o-Velho mas que se estende também à Figueira da Foz e a Coimbra, marcará a recuperação de “alguma capacidade de planeamento e de produção”, explica ao PÚBLICO o director artístico Armando Valente.

Uma capacidade atestada pelas agora anunciadas residências artísticas de nomes grandes como a coreógrafa e bailarina espanhola Rocío Molina ou o dramaturgo argentino Rodrigo García, em tempos um habitué. “Continuamos a estar longe da escala financeira que já tivemos”, diz Valente, mas, depois de uma série de anos em que o Citemor esteve sem financiamento da DGArtes ou apenas com reduzidos apoios de emergência,​ “o festival tenta gradualmente recuperar a sua capacidade de produção e proteger as suas características mais distintivas, mais particulares”.

A celebrada renovadora do flamenco Rocío Molina abre e fecha o cartaz do Citemor. A artista sobe este sábado ao palco do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz com Caída del Cielo, espectáculo que se antecipou ao habitual calendário do festival, e encerra a programação em Agosto, no dia 17, com Impulsos, resultado de um período de criação no festival. Será, garante o director, uma peça específica para o Citemor e “irrepetível”.

Outro dos pontos fortes da edição de 2019 é a criação do dramaturgo e encenador argentino Rodrigo García, que regressa ao festival para estrear PS-WAM – Piano Sonatas Wolfgang Amadeus Mozart no Teatro Esther de Carvalho, em Montemor-o-Velho. A criar também no âmbito de uma residência em Montemor, o espectáculo estará em cena de 8 a 10 de Agosto e é a primeira criação de García desde que deixou a direcção do Centro Dramático Nacional de Montpellier, em França. “Um momento de recomeço”, reflecte Armando Valente.

No primeiro dia do Citemor, a performance De perto, Uma Pedra, do coreógrafo português João Fiadeiro, sobe ao palco do Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra. No dia seguinte, também em Coimbra, é a vez de Iván Haidar levar Outra Línea – Todo Tiempo Presente Construye Un Pasado ao Teatro Académico de Gil Vicente.

O Teatro do Vestido, de Joana Craveiro, que na edição de 2018 esteve em residência artística no Citemor, regressa ao Núcleo Museológico do Sal, na Figueira da Foz, para apresentar Pontes de Sal. E a 1 e 2 de Agosto o actor Miguel Borges estreará Conde de Ferreira (título de trabalho) na garagem Auto Peninsular, também na Figueira da Foz.

O Teatro da Cerca de São Bernardo recebe também, a 3 de Agosto, As Tentações de Santo Antão, um workshop conjunto de John Romão e Sílvia Costa. Na semana seguinte, a 9 e 10, Susana Paiva apresenta Anatomia de Uma Imagem, no número 22 da Rua dos Combatentes da Grande Guerra, em Montemor. A fotógrafa que acompanhou o festival desde a década de 1990 arrisca agora uma incursão entre a fotografia e a performance.

A 27 de Julho, a Sala B, em Montemor-o-Velho, recebe a apresentação informal de Terra Nullius, uma criação de Paula Diogo, que também estará em residência no festival. Tal como nas edições anteriores, é o espectador que define o preço do bilhete dos espectáculos que terão lugar em Montemor-o-Velho.

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