Jorge Jesus diz ser muito conhecido por ter estado “em várias finais de competições europeias”

O novo treinador do Flamengo deu a primeira entrevista após a sua chegada ao Brasil. Garante que o talento dos jogadores brasileiros foi um dos pontos que o levou a atravessar o Atlântico, apesar de ter melhores propostas a nível financeiro.

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Jorge Jesus é o novo treinador do Flamengo LUSA/MANUEL ARAÚJO

Em entrevista ao canal oficial do Flamengo, Jorge Jesus apresentou-se aos adeptos “rubri-negros”. Naquela que foi a primeira entrevista após se ter mudado para o Brasil, o treinador português respondeu a algumas perguntas relativas aos planos para o novo clube. Jorge Jesus fez questão de sublinhar as contratações que fez no Brasil, garantindo que o dinheiro não foi, de todo, o que o motivou a atravessar o Atlântico.

“Quando treinava equipas de menor nome em Portugal vinha muito ao Brasil ver jogadores de equipas secundárias e levava-os. São dois países que amam o futebol. Trabalhei sempre com muitos jogadores brasileiros em Portugal, tive uma equipa com sete titulares brasileiros. E eu dizia-lhes que nasceram para jogar futebol. O talento dos jogadores também foi um dos factores que me atraiu com essa possibilidade de treinar o Flamengo. Não vim treinar o Flamengo por questões financeiras. Tinha na Europa várias equipas [que ofereciam mais]”, garante. 

Considerando-se um “treinador muito conhecido” na Europa por ter estado presente “em várias finais europeias”, Jorge Jesus não esconde a ansiedade para se estrear no banco “rubri-negro”, alertando que será sempre necessário um período de adaptação dos jogadores às suas ideias.

“De certeza que tenho uma metodologia de treino diferente daquilo a que estão habituados. Tem de haver uma adaptação, uma aprendizagem e um relacionamento muito grande entre staff técnico e jogadores. Esse espaço de duas semanas [relativo à Copa América] ajuda, há mais tempo para transmitir a mensagem”, afirma.

Quando questionado sobre as diferenças que identifica no calendário competitivo brasileiro em relação ao português, Jorge Jesus explica que o principal factor de diferenciação se prende com a distância que, no Brasil, as equipas são obrigadas a viajar entre partidas. “A única diferença é que [no Brasil] jogamos de três em três dias. Em Portugal temos quatro competições, aqui só têm três. Mas o que têm mais? Deslocações. [Em Portugal] não andamos tantas horas de um lado para o outro, onde os jogadores passam tanto tempo nos aeroportos e não fazem recuperação adequada depois dos jogos. No Brasil fazem-se 80 jogos, na Europa faz-se setenta e tal. Isso aí é semelhante, com uma diferença: na Europa joga-se com uma intensidade muito mais alta”, explica.

O técnico português teve a oportunidade de assistir ao último encontro do Flamengo, contra o Atlético Mineiro, no estádio. Apesar da derrota da nova equipa, Jorge Jesus diz que a partida serviu para identificar alguns pontos a melhorar, mas prefere guardar os apontamentos para partilhar com a sua equipa técnica. À nova massa associativa, deixa a promessa de respeitar a camisola “rubri-negra” e fazer tudo por tudo para devolver ao clube um título que escapa desde 2009.

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