Há menos 2800 alunos a fazer exame de Física e Química este ano

Biologia e Geologia tem menos dois mil inscritos. Cerca de 159 mil alunos vão a exame na primeira fase.

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Na primeira fase vão ser realizados 342.570 exames nacionais. Paulo Pimenta

A primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário arranca a 17 de Junho e há diferenças no número de alunos inscritos a cada disciplina por comparação com 2018. E são estas: menos 2800 estudantes a fazer a prova de Física e Química — de 47.426 passou a 44.618 — e menos 2088 a ir à de Biologia e Geologia — de 48.155 desceu para 46.067.

Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério da Educação mostram que, à semelhança de 2018, há 159 mil estudantes inscritos para exame. Os alunos têm, em média, 17,32 anos e mais de metade (55%) deve candidatar-se ao ensino superior. Quanto aos cursos que frequentam, 43% vem das Ciências e Tecnologias, 24% das Línguas e Humanidades e 10% das Ciências Socioeconómicas — os restantes estão em áreas em que os números são residuais.

Voltando à Biologia e à Física, os dados mostram que a diminuição se deve, em parte, ao menor número de jovens que vão fazer melhoria de nota a estas disciplinas.

Há várias razões para esta mudança. Da parte da Sociedade Portuguesa de Física, a presidente Conceição Abreu lança uma potencial explicação: “Este ano já inclui todo o programa de 2014, o que poderá inibir alguns alunos [que não conhecem o programa] de tentar fazer melhoria.” Outra hipótese pode ter a ver com as notas conseguidas no ano passado. Os alunos internos tiveram uma média de 10,6 no exame de Física e Química em 2018 — 5,2 pontos superior à média do ano passado — e isso pode fazer com que um número menor queira melhorar a classificação.

Já a professora de Física e Química, Paula Cunha, aponta outra questão: “Quando o aluno vai como externo, que é o caso das melhorias, para aumentar a nota de conclusão do secundário tem de tirar nota superior à de conclusão. [Os estudantes] estão a aperceber-se que é tempo perdido pois invariavelmente não conseguem.”

Por outro lado, também se registou uma redução no número de estudantes a ir ao exame de Física e Química e Biologia e Geologia para aprovação. O que significa que há menos inscritos, uma vez que estas disciplinas, apesar de serem a porta de entrada para vários cursos do ensino superior, são opcionais. Ou seja, há alunos a optar por outras, nomeadamente a Filosofia, que só este ano ganhou cerca de 500 inscritos no exame.

Também é isso que nota a professora Paula Cunha. “Quando os alunos não precisam de Física e Química, muitos estão a optar por Filosofia.”

Mesmo assim, estas continuam a ser as duas disciplinas nas quais uma maior percentagem de estudantes tentar melhorar a nota do exame — são cerca de um em cada cinco. Porquê? Para João Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia, há duas explicações. Por um lado, são disciplinas de 11.º ano, pelo que o aluno “tem oportunidade de repetir” a prova no final do 12.º ano. Por outro lado, “são disciplinas mobilizadas para cursos com notas mais altas”.

O professor admite que também são áreas com “uma dificuldade relativamente elevada”, mas esse será um “motivo menor” para levar os alunos a repetir o exame.

Duas provas por aluno

Quanto às outras disciplinas, Português continua a ser a mais concorrida (77.033). Segue-se a Matemática (47.829), depois a Biologia e Geologia e a Física e Química.

Este ano, na primeira fase, vão ser realizados 342.570 exames nacionais, menos quatro mil do que em 2018. Cada estudante faz, em média, 2,16 provas. A maioria são alunos internos que fazem o exame para aprovação à disciplina, mas 8,7% inscreveram-se para melhoria.

No que diz respeito aos exames do ensino básico (Português e Matemática), estão inscritos 99.441 alunos — menos dois mil do que em 2018.

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