PCP vê “diferença abissal” entre europeias e legislativas

Resultados de 26 de Maio não põem em causa as conquistas alcançadas pela actual solução de Governo, defendeu líder comunista.

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Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP LUSA/TIAGO PETINGA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu nesta quinta-feira, no fim do encontro com o Presidente em Belém, que “vai haver uma diferença abissal” entre eleições para a Assembleia da República e eleições que decorreram para o Parlamento Europeu: “Creio que aplicar aqui chapa três pode não resultar”, disse, apelando, no entanto, a que não se entre já em “modo de eleições”, porque ainda há problemas para resolver até Outubro.

“Em relação à batalha das legislativas, aqui estamos prontos para esse combate mas insisto nesta ideia: não entremos em modo de eleições. A primeira questão central é a resolução concreta de problemas concretos”, frisou. Jerónimo referia-se à saúde, aos transportes, à legislação laboral e ao salário mínimo, problemas que considera não poderem esperar por Outubro, tendo de ser resolvidos nesta legislatura, porque, se não o forem, “também no plano eleitoral, os portugueses julgarão”.

Jerónimo referiu-se concretamente ao exemplo da parceria público-privada, entretanto não renovada, no Hospital de Vila Franca de Xira, onde havia doentes a serem atendidos numa casa de banho, e aos transportes, considerando haver “dinheiro disponível” para aumentar a oferta, desde que sejam feitas as necessárias “opções”.

No encontro com o Presidente da República, foi feita uma “breve apreciação dos resultados eleitorais” que ficaram aquém dos objectivos dos comunistas. Jerónimo ressalvou, no entanto, que Marcelo conhece bem o PCP e que não será uma “situação menos boa” a pôr em causa todo percurso feito pelo partido, com longos anos de “avanços, recuos, derrotas e vitórias”. Mais, acrescentou Jerónimo: aquele resultado eleitoral não põe em causa as conquistas alcançadas pela actual solução de Governo, conhecida por “geringonça”.

“Não invalida a reafirmação de que valeu a pena termos dado a nossa contribuição nestes três anos e meio para que esses avanços, essa reposição de rendimentos e direitos tivesse sido alcançada”, disse o líder comunista.

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