Já abriu a Tasca Vasco, a irmã mais nova da família Cafeína

Tomou o lugar do Panca e está já a abrir caminho ao Cafeína Downtown, que deverá estrear-se até ao final do ano no antigo Café Progresso, no Porto. A família restaurativa de Vasco Mourão não pára de crescer.

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Nelson Garrido
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Picadinho de carapau; cabeça de xara, feijão frade e maçã; meia desfeita de bacalhau com grão; camarão-tigre grelhado; costelinha de porco bísaro com batata frita; arroz de coentros; uma salada verde; mousse de chocolate com gelado de amendoim; tarte de maçã com gelado de canela.

Estamos quatro à mesa e Camilo Jaña só pergunta se comemos tudo. Comemos e aceitamos de bom grado que seja o chef chileno a escolher por nós: a carta é longa e tem várias propostas que nos agradam, a selecção adivinhava-se difícil. À nossa frente está Vasco Mourão e nas nossas costas uma equipa de sala e de cozinha em estado de prontidão: não deve ser fácil atender o gestor e o chef de um restaurante. “Podes trocar a música? Esta é chata”, pergunta Vasco a um dos funcionários, enquanto Camilo faz o pedido do que vamos provar na Tasca Vasco, a nova-velha morada restaurativa do grupo Cafeína na Baixa do Porto.

Neste número 61 da Rua de Sá de Noronha morava o Panca. O Panca, que “até teve muito sucesso”, garante Vasco Mourão, fechou essencialmente “por duas condicionantes”: “Era um restaurante muito de Verão, pela decoração e pela comida [muito baseada em ceviches].” E o seu “carácter étnico”, prossegue, “tornava-o menos abrangente”. Daí que o fresco e jovial Panca tenha dado lugar, a 12 de Abril, a esta Tasca descontraída, espécie de irmão mais novo – “mas maturado”, esclarece Camilo Jaña – da Casa Vasco, na Foz portuense.

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O universo Cafeína, que no Verão passado foi comprado pelo grupo de José Avillez, conta com vários restaurantes no Porto: o veterano Cafeína (faz 25 anos em 2020 e a festa já está a ser pensada); o Portarossa; o Terra; e a Casa Vasco, todos na zona da Foz. “Até ao final deste ano”, explica Vasco Mourão, deverá abrir o Cafeína Downtown, que está a ser instalado no antigo Café Progresso, a dois passos da Rua de Sá de Noronha. E é neste contexto que surge a transformação do Panca na Tasca Vasco.

“Com o Cafeína Downtown aqui ao lado, estes dois restaurantes vão funcionar muito bem em termos complementares. Aliás, futuramente a cozinha vai ser comum”, diz o empresário, acrescentando que “faz muito mais sentido” trabalhar “em termos de núcleos”. “Tínhamos o núcleo Foz, agora passaremos a ter o núcleo Baixa. Avançar para a Tasca Vasco foi uma consequência do meu pensamento num formato mais burguês”, ri-se. “Mais beto”, corrige Camilo, que é o chef executivo de todos os restaurantes com o selo Cafeína.

À mesa vão chegando as entradas frias, para temperar o calor que envolveu o Porto na última semana: vem primeiro o picadinho de carapau, que Camilo vai servindo aos comensais. “Porque gostávamos muito do Panca, mantivemos na carta um ceviche dessa altura. E, na prática, este picadinho e a meia desfeita também são espécies de ceviches”, explica. O carapau tem, de facto, um sabor muito fresco e saboroso.

A Tasca Vasco, que na carta de “Comes” tem pratos como mão de vitela com grão – “um best seller”, garante Camilo –; moelas estufadas; polvo à lagareiro; bitoque com ovo a cavalo e molho de francesinha; peixinhos da horta; ou cuscos transmontanos com míscaros e boletus, abriu portas para, assumidamente, ser uma abordagem “mais portuguesa” no portefólio Cafeína. “O mercado mudou: os turistas, por exemplo, que são cada vez em maior número, procuram muito conhecer a gastronomia local”, refere Camilo. E o desafio, completa Vasco, é chamar cada vez mais portugueses para esta Tasca, que tem um slogan orelhudo: “Uma tasca com vida, uma cozinha atrevida”.

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A louça que chega à mesa é inspirada em motivos tradicionais portugueses, muito Bordallo Pinheiro, e pintada à mão por artesãos. Os bancos “rabo-de-baleia” dispostos em algumas mesas são produzidos “num atelier parisiense onde são aplicadas técnicas originais de 1913”. De resto, a Tasca Vasco é feita da sala principal e do terraço interior, decorados com livros, plantas e alguns frascos de conserva prontos a ser servidos, e uma esplanada onde, em dias mais quentes, se sentam 12. 

Com estas e outras, já provámos a meia desfeita e a cabeça de xara e Camilo Jaña está agora a trinchar o camarão-tigre; as costelinhas estão deliciosas e as batatas fritas são irresistíveis. O marisco está no ponto, mas ainda há-de chegar o arroz de coentros – aprovadíssimo! E, no fim, a mousse de chocolate com gelado de amendoim rebenta com tudo.

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