Em Gaia está a nascer um novo Parque da Ciência

A Escola Ciência Viva vai chegar brevemente a Gaia. O sítio escolhido é o Parque Biológico da cidade. Este projecto piloto a nível nacional contará com um programa direcionado para crianças do Ensino Pré-Escolar e promete torná-las pequenas cientistas, reproduzindo o ambiente laboratorial de investigação. Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva, conta-nos como tudo irá funcionar.

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Desde 2010 que a Escola Ciência Viva funciona a partir do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, mas estende-se a uma vasta rede de parceiros nacionais para que o conhecimento científico chegue a todo o país. As Escolas Ciência Viva são espaços de aprendizagem fora da sala de aula, criados para apoiar os estabelecimentos de ensino. Funcionam em instituições educativas informais, museus e centros de ciência, mas também nas próprias escolas.

Direccionado para os alunos do 1º ciclo do Ensino Básico, este programa educativo promove uma componente bastante experimental, reproduzindo o ambiente laboratorial de investigação. Estimular a curiosidade científica e apostar na educação dos mais novos são objectivos fundamentais para Rosalia Vargas, presidente da Agência Ciência Viva.

“É nos primeiros anos, no primeiro contacto com a escola, que tudo se joga. Tem que se começar cedo para se ir longe”, afirma.

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Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva D.R.

Em Vila Nova de Gaia, em parceria com o Município e no contexto do programa educativo Gaia Aprende+, a Escola Ciência Viva foi mais longe. “É a primeira, a nível nacional, a iniciar um programa piloto de envolvimento da Educação Pré-Escolar e também o 1º Ciclo. O reconhecimento da importância da iniciação precoce do ensino das Ciências de base experimental levou-nos a avançar neste sentido”, explica a presidente da Agência Ciência Viva. Esta nova “escola da Ciência”, que irá nascer no Parque Biológico de Gaia, é fruto de um plano conjunto da Câmara Municipal de Gaia e da Ciência Viva para a promoção de práticas de aprendizagem, contando com uma forte aposta em competências digitais, em projectos de inovação pedagógica e na valorização de professores em academias de formação avançada.

Foi o Município que desafiou a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica a incluir Gaia na rede de Escolas Ciência Viva, com a particularidade de envolver professores, pais e investigadores para que desenvolvam no Parque Biológico de Gaia o que já se faz no Pavilhão do Conhecimento.

Parque Biológico de Gaia: “um grande ecossistema de aprendizagem”

À semelhança do que acontece um pouco por todas as escolas desta vasta rede, este projecto promete ser “uma escola que sai da sala de aula, invade o Parque Biológico e vê nele um grande ecossistema de aprendizagem”. Tratar-se-á de uma estrutura que procura a interacção e que “vive numa corrente de permanente curiosidade”, descreve Rosalia.​

A responsável destaca, ainda, a importância de trabalhar em rede e de partilhar experiências enquanto forma de garantir o sucesso. Atribui os resultados inovadores que a Agência tem alcançado à cooperação entre sistemas formais e informais de educação, conseguida através de parcerias entre tecido educativo, museológico e científico: “como sempre dizemos, ninguém sabe o suficiente para fazer tudo sozinho”

No que respeita ao papel do Município, é possível que o projecto possa crescer e dar lugar a um Centro Ciência Viva: A Escola Ciência Viva vive de interacções privilegiadas, quer com museus e centros de ciência, quer com instituições científicas. Por isso, creio que o Município de Gaia está, também, a desenvolver o que pode vir a ser um centro Ciência Viva neste grande Parque”, afirma Rosalia Vargas.  ​

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O que esperar deste novo “parque” da Ciência?

Um espaço dinâmico, interactivo e cheio de experiências para toda a família. Na perspectiva de Rosalia, este projecto será um espaço intergeracional de compromisso com o conhecimento, a cultura e a inovação.” Uma experiência de aprendizagem activa e descomprometida, que visa a democratização do acesso ao conhecimento científico.​

A conclusão do projecto está prevista para o terceiro trimestre de 2019 e a verdade é que Gaia mal pode esperar para o receber.