Júdice: “O PSD esgotou-se como realidade política”

Antigo militante do PSD dá um exemplo de um “acto de estupidez política sem limites”: o facto de Rui Rio atacar a justiça quando o país está a dizer que tem quatro vezes mais confiança na justiça do que na política.

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José Miguel Júdice, comentador da SIC Fernando Veludo/NFACTOS

Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Rui Rio e, agora, José Miguel Júdice. A crise da direita tem motivado comentários e análises de várias personalidades oriundas da própria direita, nem sempre no mesmo sentido. Agora, foi a vez de José Miguel Júdice dizer, no seu espaço de comentário na SIC, que “a direita não sabe fazer combate político” e que o PSD se esgotou como “realidade política”.

Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter mostrado preocupação com uma crise na direita e de Marques Mendes se ter referido ao “apagão da oposição”, Júdice foi ainda mais duro. “Acho que são atrasados mentais nessa matéria [combate político], podem ser óptimos noutras coisas. Há fundos sociais para formação e deviam pedir ao Bloco de Esquerda para pedir fundos comunitários para dar formação aos partidos de direita sobre a forma de fazer política”, disse o comentador que foi militante do PSD.

Júdice deu alguns exemplos de questões que estão a inflamar a opinião pública e que deviam ser as “bandeiras políticas dos partidos da direita": as reclamações dos utentes relativamente aos transportes públicos, a operação STOP do fisco nas auto-estradas, as parcerias público-privadas ou a ameaça do populismo na Europa. “Os partidos da direita deviam estar a falar nisto todos os dias”, afirmou.

Um dos problemas, de acordo com o advogado, é que “a direita não sabe quem são os seus eleitores” e, por isso, “não sabe para quem falar”. E acrescenta: “Quando o país está a dizer que tem quatro vezes mais confiança na justiça do que na política, Rui Rio ataca a justiça, isto é de um acto de estupidez política sem limites”.

Moral da história, disse o advogado: “O PSD esgotou-se como realidade política”.

José Miguel Júdice criticou ainda a “incontinência verbal” de Marcelo Rebelo de Sousa - que dá uma ideia de parcialidade - por ter abordado a questão de a direita estar à beira de uma crise política. “Foi o comentador a espreitar por cima do ombro do Presidente da República”, ironizou. “Devia ter um pau na mão e sempre que o comentador Marcelo viesse por cima do ombro do Presidente Rebelo de Sousa, levava uma paulada.”

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